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PROBLEMA Nº 1


Guerra do tráfico demarca
favelas na zona sul


DA REPORTAGEM LOCAL

O comerciante Carlos (nome fictício) depende da simpatia dos traficantes para entregar mercadorias à noite e dentro do perímetro controlado pela quadrilha na zona sul de São Paulo.

Ele é o único em um raio de 500 metros ao redor de uma das favelas dessa região da cidade que consegue ultrapassar a barreira imaginária e vigiada à noite.

Tal liberdade vem do fato de o comerciante ser nascido e criado no bairro e porque seu motoqueiro mora dentro da área de risco.

‘‘Tem de ter bom relacionamento, porque se não tiver eles vêm aqui fechar o estabelecimento’’, afirma o comerciante.

Há pouco tempo, um de seus motoqueiros, que não era do bairro, errou o caminho e acabou parado pelos seguranças do tráfico. ‘‘Os caras estavam armados e só o liberaram depois de uma revista.’’

Outros moradores evitam críticas às condições de segurança, com receio de atrair a atenção da polícia e a ira dos traficantes.

A região onde vive o comerciante corresponde aos setores sete e oito da pesquisa do Datafolha.

Situação semelhante, mas em estágio mais avançado, é encontrada nas favelas do Rio de Janeiro. Pesquisas do Nupevi (Núcleo de Estudos das Violências) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro identificaram bairros subdivididos. Ultrapassar os limites coloca em risco até mesmo a vida de entregadores de gás de uma das favelas que avança para um região considerada inimiga.

São Paulo já teve dois períodos de toque de recolher em favelas nos últimos dez meses: no complexo Heliópolis, o maior aglomerado de barracos da capital, onde vivem cerca de 90 mil pessoas.

O primeiro toque de recolher ocorreu em outubro de 99 e durou quase duas semanas. Comerciantes e cinco das sete escolas da região fecharam mais cedo, às 21h, com medo dos traficantes.

Em março deste ano, o conflito entre dois grupos rivais na parte baixa do complexo, na Vila Prudente, expulsou a maioria dos 450 moradores da favela Sem Terra.

Pelos cálculos da polícia, 26 pessoas morreram em quatro meses de confrontos (a maioria de uma mesma família). A polícia ocupou as regiões nos dois casos. (AS)


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