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Quinta-feira, 19 de outubro de 2000

Big surf

Carlos Sarli
     

Diego Medina

Não é de hoje que profissionais envolvidos com o surfe vêm procurando alternativas para aproximar o esporte do público, e torná-lo mais atraente para a grande mídia e patrocinadores.

O formato homem x homem, o critério ágil de julgamento, a permanente preocupação - nem sempre atendida - em priorizar ondas de qualidade, a reformulação do ranking em divisões e a criação de torneios mundiais para as categorias de base e masters, foram algumas das evoluções visando esse objetivo.

A julgar pelo crescente número de praticantes, em especial no universo feminino, da exploração cada vez maior na mídia e da consolidação da indústria do surfe, as medidas vêm funcionando. Pode-se questionar algumas decisões, como a mudança do calendário do WCT 2001 que tira a etapa decisiva de Pipeline, Havaí em dezembro e passa para Trestles, Califórnia, EUA, em setembro.

Existem razões e os próprios surfistas tem participação nesse tipo de mudança, mas o anti-clímax parece inevitável.

Enquanto os dirigentes da ASP administram os prós e contras da decisão, outros surfistas/organizadores vão se mobilizando em busca da melhor exploração, do esporte.

O que vem sendo notado é o crescente interesse do público em geral pelo surfe de ondas grandes e em condições extremas. Atentos a essa tendência vão surgindo novas propostas.

Com o grande incentivo do australiano Ross Clarke Jones, se encontra no período de espera o Red Bull Reef Seekers, o primeiro campeonato de tow-in no mundo. São cinco duplas, inclusive uma brasileira formada por Carlos Burle e Eraldo Gueiros, disputando US$ 50 mil em prêmios em um point break no meio do mar da Tasmânia, onde além das ondas desafiadoras, os atletas compartilharão as baixas temperaturas com os famigerados tubarões brancos.

A princípio visto com reserva pela comunidade do surfe, o tow-in (quando o surfista é rebocado por um jet-ski para acessar a onda), tem propiciado a descoberta de novas ondas e elevado os limites do esporte.

Outra iniciativa em andamento partiu da ISA (International Surfing Association) responsável pelo primeiro mundial de ondas grandes, realizado em 1998 em Todos os Santos, México, e que agora organiza um circuito de big surf.

A proposta envolve cinco provas que terão quatro graduações de acordo com o tamanho das ondas. A primeira disputada na África do Sul em junho, alcançou nível silver (de 15 a 19 pés). A próxima está prevista para Porto Rico entre dezembro e janeiro. Depois Ilha da Madeira, México e Chile.

O ISA Big Wave World Tour oferece autonomia para cada evento ser definido pelo organizador local. A única exigência é que as ondas tenham mais de 10 pés.

Ao final das cinco provas, nas quais apenas os quatro melhores competidores terão pontuado, será conhecido o campeão mundial. O formato desenhado por Gary Linden é experimental e provavelmente terá ajustes nas próximas edições, mas já nasce fascinante.


Notas

Small Surf
Dos três remanescentes candidatos ao título do WCT, apenas o líder Sunny Garcia, não venceu ontem e disputa a repescagem hoje. Luke Egan e Jake Paterson já estão no terceiro round do Rio Surf que está sendo disputado em ondas de meio metro na Barra da Tijuca, Rio.

BIG TRIP 2001
As inscrições da maior premiação do surfe nacional estão abertas. São R$ 20 mil para quem pegar a maior onda e R$ 5 mil para quem filmar ou fotografar o fato. Os interessados podem se inscrever no site www.revistatrip.com.br.

BIG TV
No Domingo o Rio Surf terá transmissão ao vivo pelo SporTV a partir das 8h e será ancorado por Paulo Lima com comentários de Teco Padaratz e Guilherme Gross. A emissora deve reprisar o programa Big Trip que tem estréia programada para hoje às 16h50.


E-mail: sarli@revistatrip.com.br



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