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Diego
Medina
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O cinturão dos meio-médios do Conselho Mundial
de Boxe estará em jogo amanhã, mas esse parece
ser o detalhe que menos importa para o campeão Oscar
de La Hoya e o desafiante ‘‘Sugar’’ Shane
Mosley.
Em conversas com a imprensa, ambos demonstraram maior interesse
pelo fato de estarem decidindo quem é o melhor pugilista
de Los Angeles _De la Hoya cresceu na parte leste da cidade,
e Mosley é de Pomona. Por isso, a apresentação
acontece no Staples Center, casa dos Lakers.
Também o título de melhor lutador do mundo da
atualidade estará em jogo. Embora no momento a distinção
seja dividida entre Roy Jones Jr. e Félix Trinidad,
o vencedor do combate de amanhã dará mais um
passo na direção desse título mítico.
E De la Hoya precisa de uma vitória convincente em
sua primeira grande luta após a derrota (polêmica)
para Trinidad. ‘‘Meu objetivo continua sendo terminar
o ano com quatro nocautes’’, disse, ao ser lembrado
por essa coluna da promessa feita no início do ano.
De la Hoya certamente crê que já existam elementos
suficientes para tornar a luta atrativa, pois até se
recusou a pagar a taxa para que o CMB sancionasse o combate.
Quem desembolsará os US$ 450 mil é o promotor
de suas lutas, Bob Arum.
Anteontem, enquanto o presidente do CMB, José Sulaiman,
desviava seu olhar, De la Hoya pregava que os lutadores não
deveriam ser responsáveis por pagar a taxa, por ser
‘‘uma exploração’’. Depois,
mais comedido, afirmou não ser contra o pagamento,
mas que o dinheiro não deveria sair do bolso dos pugilistas.
Mas voltando ao combate, especialistas comparam a situação
de Mosley à de outros dois pugilistas promissores que
sofreram derrotas recentemente, David Reid e Michael Grant,
afirmando que a falta de experiência prejudicará
o nativo de Pomona.
Mas não é tão simples assim. Quando perdeu
para Félix Trinidad recentemente, Reid tinha apenas
15 lutas profissionais. Grant, nocauteado em dois assaltos
pelo campeão dos pesados Lennox Lewis, teve uma carreira
amadora curta, com poucas lutas.
Claro, o cartel de De la Hoya tem muito mais ‘‘nomes’’,
mas Mosley não é nenhum iniciante: teve uma
vasta carreira amadora e registra currículo profissional
de 34 vitórias, 32 por nocaute, alguns sobre ex-campeões.
Na verdade, o cenário lembra mais aquele que envolveu
o clássico duelo entre Júlio César Chávez
e Meldrick Taylor, em 1990.
O mexicano, invicto, era o favorito por ter dezenas de vitórias,
várias sobre pugilistas ‘‘de nome’’,
incluindo os ex-campeões José Luís Ramirez,
Edwin Rosário e Roger Mayweather. Taylor, igualmente
invicto, tinha cartel mais enxuto. Ganhara o título
do competente “Buddy” McGirt e, como leve, havia
empatado com o medalhista olímpico Howard Davis.
Um fator que deve complicar a vida de Mosley é o fato
de ter subido dos leves para os meio-médios, esnobando
os meio-médios-ligeiros. Lado a lado, De la Hoya parece
mais forte do que Mosley, sendo esse o fator decisivo para
fazer dele o favorito para vencer o combate, que tem potencial
para ser candidato a ‘‘Luta do Ano’’.
NOTAS
Brasil 1
Apesar de algumas falhas técnicas, Acelino Freitas, o Popó,
impressionou os norte-americanos. Steve Farhood, ex-editor
da ""The Ring", comentou que Popó é o maior pegador do boxe
atual. O promotor das lutas do campeão Diego Corrales, Bob
Arum, disse que gostaria de promover uma unificação com Corrales
"o mais rápido possível". Arum disse, no entanto, ter dificuldades
em negociar com Ricardo Maldonado, agente internacional do
baiano.
Brasil 2
E a tradição de o título dos leves da AMB trocar de mão rapidamente
prossegue. No final de semana, Gilberto Serrano perdeu o cinturão
para Takanori Hatakeyama, em Tóquio. O brasileiro Edson ""Xuxa"
do Nascimento está na fila à espera de sua chance contra Hatakeyama.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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