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18/05/2006 - 09h30

Brasília: Niemeyer plantou curvas líricas no planalto Central

JULIANA DORETTO
Colaboração para a Folha de S.Paulo, em Brasília (DF)

Você vem do aeroporto por uma via rápida, rodeada por prédios de apartamentos --todos baixos, de mesmo padrão--, passa por baixo de um viaduto (que na verdade abriga a rodoferroviária), enfrenta um acentuado declive na via e, na subida, se depara com o cenário do telejornal. Aí, sim, se sente de fato em Brasília.

A amplitude das ruas, a beleza das curvas, a simetria das formas, os gramados e os pátios de concreto sem fim. Tudo tem magnitude e potência. E, apesar de fazer parte do repertório imagético de qualquer brasileiro, essa paisagem revela-se inédita ao turista que chega à capital federal. Porque a tela da TV é pequena demais para tanto vigor.

O plano piloto em formato de avião arquitetado por Lucio Costa é composto por duas grandes vias, o Eixo Monumental (Leste e Oeste) e o Eixo Rodoviário (Norte e Sul), que se cruzam. No Monumental Leste estão os prédios-símbolos da cidade: a catedral, a Esplanada dos Ministérios, o Palácio do Itamaraty e o Ministério da Justiça (nesse caso, um de frente para o outro). Separando tudo, um enorme gramado; fechando tudo, o Palácio do Congresso Nacional. Atrás dele, a praça dos Três Poderes, com o Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

No Oeste, ficam a torre de TV (o mirante a 75 m do chão é plataforma interessante para fotos) e o Memorial JK.

Como ornamento dessa amplidão arquitetônica, a vastidão celeste. Talvez em razão do terreno plano e dos prédios baixos, o céu claro sempre ocupa uns três quartos do raio de visão do visitante.

De todo o conjunto, do que um dos criadores, Oscar Niemeyer, 98, gosta mais? "Talvez o Eixo Monumental. Com ele, Lucio Costa procurou conferir a Brasília a monumentalidade que ela merecia ter", diz à Folha.

E do que o senhor menos gosta? "Por que essa preocupação de encontrar defeitos em tudo que é realizado? Por que não lembrar como Brasília foi importante, levando o progresso para o interior do país? Por que não dizer que ela atendeu ao objetivo que JK tanto perseguiu?"

O turista concorda com ele. Mesmo quando está torrando sob o sol forte da cidade (evite os meses de junho a setembro, quando chove pouco), caçando desesperadamente um sorveteiro que caminha solitário pela Esplanada (há só dois ou três deles no Eixo Monumental, e é golpe de sorte ver um dando sopa desse jeito). Porque o cenário majestoso de concreto branco e traços ousados é para ser admirado primeiro --analisado depois.

Quebra-cabeça

Brasília é inóspita para explorações a pé. Trata-se de uma infinidade de vias largas, com muitas mãos e nenhuma calçada. Os prédios estão longe das ruas --muitos e muitos metros de grama depois. Ônibus são raros. Portanto, alugue um carro e peça um mapa.

Esteja preparado para se perder muitas vezes (a sinalização por vezes é confusa) e para enfrentar excêntricas indicações de endereços, como SHN ou SQS.

As siglas indicam setores. Há o de hotéis (Setor Hoteleiro Norte, no exemplo acima), o hospitalar, o de clubes esportivos, o bancário, o comercial... E há as Superquadras, Norte e Sul (SQS), áreas mais residenciais, que ocupam a maior parte da Asas Sul e Norte. Cada uma delas é dividida de 2 a 16 no sentido do Eixo Rodoviário e de 1 a 9 na direção do Monumental (número pares para o leste, ímpares para o oeste).

Parece complicado. E é. Mas, se você não esmorecer e decidir explorar o cenário, verá que Brasília é uma excelente notícia.

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