Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Em livro, avó mostra que linhas do seu rosto guardam memórias

'As Linhas no Rosto de Nana' ensina crianças sobre velhice, beleza e saudade

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São Paulo

Tem gente que acha que envelhecer é triste. Dizem que ter bastante idade é ruim porque os cabelos ficam brancos —e cabelos brancos não seriam bonitos—, o corpo fica mais molinho —e corpos mais molinhos não seriam bonitos— e o rosto fica todo marcado com dobrinhas —e rostos marcados com dobrinhas não seriam bonitos.

Tadinhos. Não os que envelhecem, mas os que pensam desse jeito. Porque, ficando assim tão presos na ideia de que só existe um único jeito de ser bonito, e que ele só acontece quando a gente é jovem, perdem a chance de enxergar tudo de especial que o mundo tem.

O novo livro “As Linhas no Rosto de Nana” mostra uma velhice cheia de beleza.

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Será que a vovó se incomoda com as marcas na sua testa, olhos e bochecha? - Divulgação

Um dia, uma neta se dá conta de que, quando olha com atenção, sua avó parece estar sempre triste, surpresa e preocupada, “tudo ao mesmo tempo”. As responsáveis por essa impressão da menina são elas, as tais linhas da Nana que dão nome ao texto.

Nana é uma mulher de sobrancelhas finas e olhos pequeninos, cabelos na altura dos ombros, nem muito alta, nem muito baixa. Ela já teve filhos, que tiveram filhos também, e por isso ela teve a sorte de se tornar uma avó.

Quem conta a história é a neta, que está com a família para comemorar o aniversário da vovó. Ela veste uma roupa bonita para a ocasião: camiseta amarela, bermuda cáqui e sapatos azuis. Ela também usa um chapeuzinho de festa daqueles de papel.

A neta está preocupada que Nana se incomode com as linhas em seu rosto —afinal, como diz o começo deste texto aqui, tem muita gente que acha que ficar velho e ganhar cabelos brancos, corpos molinhos e rostos com dobrinhas é algo ruim.

Por sorte, a avó diz que, pelo contrário, ela gosta muito das linhas. Que sorte! “Veja bem, é nestas linhas que eu guardo todas as minhas memórias”, explica Nana.

E é neste ponto que ficamos sabendo um pouco mais da vida desta mulher nem muito alta, nem muito baixa, que está comemorando aniversário com a família, e que já experimentou coisas grandiosas em todos os seus anos.

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Neta e avó conversam sobre lembranças - Divulgação

Ela já resolveu um grande mistério, por exemplo, e esta lembrança está guardada na linha que atravessa sua testa na horizontal. Na vertical, ali pertinho, três linhas ajudam Nana a recordar a noite em que conheceu o marido e sentiu frio na barriga descendo na montanha-russa do parque.

Uma linha no cantinho da boca da avó representa a primeira vez em que ela precisou dizer adeus. Desse jeito, a autora Simona Ciraolo nos ensina que a vida é feita de tristezas, alegrias, surpresas, e que o ser humano que somos é resultado de todas essas experiências juntas. Se não fossem elas, a gente não seria a gente.

O livro só tem um defeito: deixa todo mundo curioso, querendo saber mais sobre Nana. Tomara que Simona lance um volume 2, um 3, um 4, para dar conta de nos contar tudo que já aconteceu no mundo de Nana e acabou virando uma linha de amor.

As Linhas no Rosto de Nana

  • Preço R$ 49 (40 páginas)
  • Autor Simona Ciraolo
  • Editora FTD
  • Tradução Alice Ruiz

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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