Descrição de chapéu Todo mundo lê junto férias

Especialista ensina a arrumar o quarto para melhorar a hora da brincadeira

Aproveite as férias para deixar tudo em ordem com as dicas de uma 'personal organizer'

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São Paulo

Quando as férias começam, dezenas de ideias vêm à mente sobre o que seria legal fazer neste período: brincar, viajar, passear pela cidade, visitar a vovó, comer coisas gostosas. Mas, e arrumar o quarto, será que alguém pensou que seria algo divertido para os dias de folga da escola?

Pois é, dá para imaginar que um total de zero leitores se imagina organizando a bagunça justo agora em julho. Acontece que, embora todo mundo cresça entendendo que arrumar coisas tem que ser sempre chato, existem pessoas que tentam mostrar que isso não precisa continuar sendo assim.

A personal organizer Kamila Branquinho, 38, com a filha Manuela Branquinho Rodrigues, 8, no quarto antes da organização - Adriano Vizoni/Folhapress

Eles são os organizadores profissionais: pessoas que estudam e se especializam não só em organizar as coisas dos outros, mas também em ensinar que manter tudo no lugar pode, sim, ser muito gostoso.

Kamila Branquinho, 38 anos, é uma "personal organizer" há 4 anos. Antes disso, ela trabalhava com venda de alimentos em uma empresa de comércio exterior —daí foi pesquisar e se capacitar para atuar nesta nova área.

Para ela, é normal que se associe arrumação a coisas chatas. "Quando a gente é criança, tem a ideia de que, quando algo está organizado, não se pode mexer ali. Como quando os adultos avisam que vem visita em casa e não é para mexer nas almofadas, por exemplo", diz.

"Só que organização é diferente de arrumação. A organização traz um sistema que torna o brincar mais gostoso. Quando a gente consegue criar setores, categorias das coisas, fica muito mais divertido e fácil brincar", explica.

Para organizar o quarto nas férias, Kamila faz algumas sugestões. O primeiro passo, ela diz, é tirar tudo do lugar e olhar brinquedo por brinquedo, roupa por roupa, objeto por objeto.

"Essa é a triagem. A gente vai olhar e pensar se ainda quer aquilo", começa Kamila. Ela comenta, ainda, uma coisa bem importante: ao fazer essa triagem, é interessante que a gente não se concentre no medo de perder as coisas, mas, sim, no desejo de continuar tendo as coisas de que se gosta.

Feito isso, chega o momento de agrupar as coisas em categorias. "Como se fossem assuntos ou setores", ensina Kamila. "Por exemplo, podemos ter as categorias LOL, Barbie, Lego, ‘bebezões’, jogos etc."

"Se a gente consegue deixar separados esses universos, vai ser muito mais fácil achar as coisas na hora de brincar. Quanto tempo você já não perdeu procurando uma roupinha da boneca, por exemplo? Fica todo mundo estressado, às vezes a gente até chora", ilustra.

Hora de decidir onde guardar tudo. "Por que nós organizadores falamos tanto em caixa? Porque com elas conseguimos delimitar o espaço. Colocamos tudo numa caixa e ela não invade o espaço da outra categoria. Sem caixa, é muito fácil invadir e desorganizar tudo de novo", explica Kamila.

Com tudo acondicionado nas caixas, que podem ser de plástico, papelão, vime, madeira ou o material de preferência da família, é preciso identificar uma por uma, escrevendo o que há dentro delas. Kamila sugere que, para isso, os adultos comprem uma rotuladora ou etiquetas.

"E, se você não souber ler e escrever ainda, pode fazer um desenho dizendo o que está guardado ali", sugere.

O ideal seria que tudo ficasse ao alcance até das crianças menorzinhas, mas os quartos podem ser partes da casa com espaço reduzido e, então, Kamila diz que uma boa ideia é ir fazendo uma espécie de rodízio das caixas —por um mês, algumas delas estão mais baixas, fáceis de alcançar e, no mês seguinte, é a vez de outras caixas descerem.

O armário de Manu e suas roupas organizadas - Adriana Vizoni/Folhapress

Na organização das roupas, depois de decidido o que fica e o que vai embora, os adultos podem ajudar a dobrá-las. Nas gavetas, elas podem ser colocadas em moldes de plástico ou papelão, ou soltas, mas todas com a mesma largura, formando o que Kamila chama de "cascata".

Sapatos precisam ser vistos, então devem morar fora de caixas. "O ideal é deixar o mais exposto possível. Se não tem sapateira, indico cestos, prateleiras, ou mesmo no armário, na parte debaixo dos cabides."

"Às vezes é uma coisa que eu não sei dobrar e então dou pra mamãe, e quando eu sei, eu dobro", conta Manuela, 8 anos, filha de Kamila, sobre como organiza suas roupas. "Eu diria que vale a pena. Você fica com o quarto organizado. Você chega, quer assistir um filme, e não precisa arrumar o quarto antes."

Miguel Branquinho Rodrigues, 10 anos, diz que quando seu quarto está bagunçado ele até sente 'mal-estar' - Adriano Vizoni/Folhapress

"A parte chata é que é trabalhoso você dobrar as coisas e por no lugar certinho. A parte legal é que, quando meu quarto tá bagunçado, eu sinto mal-estar. E quando tá arrumado eu não sinto mal-estar", relata Miguel, 10 anos, filho da Kamila e irmão da Manuela.

Ele é fã de jogos em geral, e seu favorito é o Uno. "Tenho as peças de todos tudo certinho, a não ser de um jogo que eu perdi. Mas é bem de vez em quando que isso acontece, porque eu organizo."

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por educadores e responsáveis com a criança

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