Óculos escuros, piscina, areia, protetor escorrendo: saiba como cuidar dos olhos no verão

Aprenda a remover corretamente a areia que entra e qual tipo de lentes e armação as crianças podem usar nas férias

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São Paulo

O verão chegou, as férias chegaram, e agora não tem adulto que segure a gente (mentira, tem sim, ouvidos sempre atentos aos responsáveis!). Em janeiro tem praia, piscina, parque e banho de mangueira, e está todo mundo careca de saber que nessa época do ano é preciso redobrar os cuidados com a pele. Mas sabia que com os olhos é a mesma coisa?

Calma, não é para passar protetor neles, mas é, sim, fundamental protegê-los dos efeitos nocivos do sol e de agentes externos. Começando pelos óculos escuros: criança não só pode como deve usá-los. Quem explica é Leonardo Marculino, oftalmologista do Hospital Cema.

Retrato de gêmeos com óculos de sol
Todo mundo pode usar óculos de sol, desde que eles sejam adequados ao tamanho e com boas lentes - Rushay/Adobe Stock

"Não tem uma idade certa para começar a usar, mas é preciso que seja uma armação que caiba perfeitamente no rosto para não machucar nem os olhos, nem orelhas, nada. Também é preciso cuidado com esses óculos vendidos em qualquer lugar, como na praia, com ambulantes etc.", diz Leonardo.

"Eles não são óculos adequados porque são apenas escuros e não conseguem filtrar os raios do sol em todas as suas camadas. Com isso, o olho fica exposto a essa luz forte. O ideal é ir a uma ótica, ou pedir a avaliação de um oftalmologista, que vai orientar essa compra."

E nadar de olhos abertos na piscina, pode? Quem responde a essa é o oftalmologista Omar Assae. "Até pode, mas é sempre preciso lembrar que existe cloro na água da maioria das piscinas, o que pode irritar os olhos", diz.

O doutor Leonardo concorda. "Se você abre os olhos embaixo da água, aquela água pode irritar os olhos, principalmente a água do mar. A gente aconselha que se use óculos de natação para poder enxergar embaixo da água. Os olhos sem proteção têm mais chances de ter algumas doenças causadas por algum tipo de infecção, como conjuntivite", afirma.

Para quem vai à praia ou às praças e parques, também vale ficar atento à areia. Isso porque há vezes em que as mãos sujas podem levar grãos para os olhos, ou mesmo o vento que bate mais forte e levanta as minúsculas pedrinhas até a altura do rosto. "Também não pode fazer brincadeiras de jogar areia um no outro, né?", lembra Leonardo.

"Caso por algum motivo a areia entre nos olhos, o que deve ser feito é passar água para ver se ela sai espontaneamente. Até dá para pedir a alguém para soprar, mas não é o mais simples para tirar os grãos", afirma.

"Lavagem com soro fisiológico ou água mineral é a melhor forma de fazer a retirada", completa o oftalmologista Omar.

"E se a sensação de areia e corpo estranho permanecer nos olhos, peça para que os adultos levem você ao médico dos olhos. Lá eles vão observar se não houve machucado e se ainda tem areia, porque o incômodo pode permanecer mesmo depois de a areia ter saído", diz Leonardo.

Sobre o protetor nos olhos, como dito lá no começo do texto, claro que ninguém vai passá-lo de propósito, mas é frequente que crianças e mesmo adultos sofram com o produto escorrendo por cima das pálpebras e fazendo tudo arder.

Para evitar essa situação, o oftalmologista Leonardo recomenda seguir as orientações dos fabricantes e usar os protetores solares especiais para o rosto, em vez de aplicar o do corpo também na face. "A diferença está, principalmente, na textura, que o deixa muito mais difícil de escorrer para dentro dos olhos", afirma.

Caso esse incidente aconteça, o procedimento é o mesmo da areia: chamar ajuda de um responsável, que vai lavar o rosto e fazer com que o protetor pare de escorrer. As recomendações também valem para os repelentes. "Sempre lave as mãos depois de aplicar o produto. Se tiver esquecido e puser a mão nos olhos, lave o rosto imediatamente, muitas vezes até deixando a água cair dentro dos olhos", ensina.

E pode usar colírio vendido na farmácia em vez de água ou de soro fisiológico? Doutor Omar responde: "Só se for orientado por um médico. A depender do quadro a ser tratado, em geral vão indicar a classe dos lubrificantes, mas ressalto que seu uso precisa ser indicado por um profissional".

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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