No verão, assim como tem coisas que todo mundo adora, tipo sorvete, piscina, praia e castelinho de areia, também tem algo que todo mundo torce o nariz quando chega a hora de fazer.
"Fulano, vem passar o protetor solar!". Diga aí se esse anúncio dos adultos não dá vontade de sair correndo e pular essa parte chata antes de ir passear ao ar livre.
Acontece que, por menos legal que seja esfregar um creme pelo corpo todo várias vezes ao dia, os protetores precisam ser vistos como nossos amigos, e não inimigos.
Isso porque, como guardiões da nossa saúde, eles são uma parte muito importante dessa estação do ano —dessa e de todas as outras, na verdade. Quem explica é a doutora Andreya Novazzi, dermatologista (dermatologistas são médicos especialistas na pele das pessoas).
Ela conversou com a Folhinha sobre as dúvidas mais comuns quando o assunto é protetor.
O que é um protetor solar?
É um creme que se aplica para proteger a pele dos raios do sol, evitando queimaduras e outras doenças mais perigosas.
Precisa usar todo dia ou só quando a gente vai para a praia? Por quê?
Todos os dias. Esses raios que prejudicam a pele estão presentes até nos dias nublados, porque eles atravessam as nuvens. Claro que na praia a exposição é maior, e tem que passar mais vezes. O segredo é criar uma rotina e usar todos os dias, assim como aprendemos a fazer com a escovação dos dentes.
Como ele protege a pele da gente?
Temos dois tipos de protetores. Um deles cria uma camada de proteção de barreira ao sol, o que quer dizer que o raio não consegue atravessar essa camada e reflete o sol como se fosse um espelho. Esse se chama "protetor físico". O segundo tipo, que é o "protetor químico", absorve o raio e diminui sua energia. Esses são os cremes que passamos na pele.
Por que existem FPS ("fator de proteção solar") diferentes, o que muda de um para o outro?
Quanto maior o FPS, maior a proteção e mais tempo dura essa proteção na pele. Mas, para aumentar o FPS, também é preciso aumentar a quantidade de filtros no creme, o que pode mudar sua textura e deixá-lo um pouco mais pegajoso.
A nossa sorte é que as novas tecnologias para fabricação desses produtos conseguem gerar protetores cada vez mais agradáveis.
Qual é o FPS certo quando a gente é criança?
Quanto maior, melhor, pois é muito importante a proteção contra queimaduras, e também para diminuir a chance de termos doenças ruins, como o câncer de pele quando formos adultos. O ideal é um FPS acima de 50. Prefira, se possível, os protetores físicos, porque eles contêm menos química na sua fórmula e dão menos alergias e irritações.
Depois que a gente entra no mar ou na piscina, tem que passar de novo?
Tem, sim, porque, com a água, o protetor acaba escorrendo e deixando a pele desprotegida, e isso mesmo nas versões mais resistentes à água.
Eu acho chato quando minha mãe passa o creme em mim. Posso usar o de spray?
Pode, sim, mas tem que espalhar direitinho. Não pode deixar nenhuma área de fora! Quando é de spray, o produto é mais líquido, menos grosso, então é mais fácil de não aplicar no lugar correto.
Também dá para usar aquelas roupas especiais como protetor solar. Camisetas têm que ser de manga comprida. Acho superimportante também usar o chapeuzinho, porque a gente sempre esquece que a orelha também é gente (risos). O chapéu protege do pescocinho até o ombro.
Por que tem protetor para o rosto e para o corpo?
Porque geralmente a pele do rosto pode ser uma pele mais sensível, ou ter espinhas, e os protetores de corpo não se preocupam com a textura ideal para esses casos, sendo mais baratos e vindo em embalagens maiores.
Mas, quando se é criança, pode usar o mesmo protetor sem problemas, só mesmo quando a gente cresce é importante comprar um específico para a pele do rosto.
O que acontece se a gente tomar bastante sol sem usar protetor?
Você vai acabar queimando a sua pele. Ela vai descamar, você pode ficar com a pele manchada, machucar suas células da pele e, no pior dos casos, dar chance para ter uma doença no futuro. Ah, e você vai ganhar mais ruguinhas também!
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