Descrição de chapéu Interior de São Paulo

Fã do Carreta Furacão, menino de dois anos se veste de Fofão e viraliza nas redes

Morador de Franca (SP), Gael apareceu em vídeo dançando, vestido com traje de R$ 500 que hoje é sua fantasia favorita

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ribeirão Preto

Todo herói ou heroína tem um traje especial que lhe confere poderes ou o ajuda a se manter seguro. No caso de Gael, 2 anos e 8 meses, um fenômeno das redes sociais, seu traje é a roupa de Fofãozinho. Ela garante a ele liberdade para interagir com o público e mostrar o seu talento.

Gael, 2 anos e 8 meses, imita as bochechas do Fofão enquanto veste sua fantasia favorita - Divaldo Moreira/Folhapress

Fã do Carreta Furacão, trenzinho famoso no interior de São Paulo, Gael é da cidade de Franca (397 km da capital). Um vídeo postado em 7 de janeiro, e que já teve um milhão de visualizações, mostra Gael vestido como Fofão dançando, jogando beijos e tirando fotos como se fosse um dos integrantes da trupe.

A mãe dele, a gestora administrativa Karla Magalhães, 28 anos, conta que não esperava essa reação das pessoas. "Recebemos muitas mensagens de carinho e muita gente pedindo mais vídeos do Gael. A minha preocupação maior foi com o Gael, com a imagem dele, [mas] ele gosta de dançar, de se divertir", afirma.

"[Espero] Que os pais possam estar presentes, tentando apoiar esses pequenos sonhos com essas pequenas coisinhas que eu tenho certeza que eles vão levar para o resto da vida. É memória afetiva, amor, afeto, carinho", diz a mãe de Gael.

Ela conta que o filho sempre gostou de dançar, mas que, quando conheceu o Carreta Furacão durante o aniversário de um primo, em setembro do ano passado, algo mudou. "Ele ficou bem observador, até um pouco introspectivo, não interagia muito. Só depois começou a pedir para a gente levar na carreta para ver as personagens", lembra Karla.

A família então passou a gravar algumas apresentações do Carreta e a exibi-las na TV para que Gael assistisse. Não demorou para que ele aprendesse e imitasse as coreografias.

"A partir daí, todos os dias ele era um personagem diferente. Acordava e falava que era o Fofão, estufava a bochechinha e dançava. Ele nunca teve medo nenhum, sempre teve a maior admiração, não só pelo Fofão. Ele gosta do Mario [Bros.], do Luigi, do palhaço...".

Criado em 2007, o Carreta Furacão é um trenzinho decorado e bastante iluminado, que passa pelas ruas tocando músicas e tem pessoas vestidas como personagens famosos que dançam e animam quem assiste ao desfile. Essa ideia dos trenzinhos é bem tradicional no interior de São Paulo, e em Ribeirão Preto eles circulam já há mais de 30 anos.

Com a animação de Gael em relação ao Carreta, seus pais e a avó entraram na brincadeira. Todo mundo dançava junto em casa, participando do faz-de-conta de Gael. Ele escolhe quem é qual personagem a cada vez.

As fantasias vieram em seguida. Uma tia de Gael mandou fazer a primeira de todas. "O Gael tem [fantasia] de outros personagens também, e começou a trocar fantasias com um amigo", diz a mãe.

"Na minha cidade, todo mundo ficou admirado com aquele mini Fofão dançando pra lá e pra cá, requebrando, correndo atrás e superinteragindo, tirando foto, dando abraço, mandando beijo como se ele realmente fosse personagem. Ele divertiu a criançada."

Gael, fã do Carreta Furacão - Divaldo Moreira/Folhapress

A fantasia de Fofão completa custou R$ 500, mas os pais de Gael não se arrependem do investimento. "Ele não queria nem andar na carreta, queria era dançar com os personagens ao lado. Como se fosse mesmo um personagem. Então, hoje tem a fantasia dele e usa toda vez que tem vontade", conta.

As fantasias para trenzinho geralmente são feitas com materiais como isopor, fibra, cetim, lã e oxford. Foi a costureira Maria Gildene, 34 anos, quem fez a roupa do Gael. Ela trabalha há 17 anos com produções do Carreta Furacão, e conta que esse tipo de roupa leva cerca de uma semana para ficar pronta.

As fantasias infantis mais pedidas, diz Maria Gildene, são as da Turma do Chaves (Chaves, Kiko e Chiquinha) e a do Fofão. Há inclusive uma versão feminina, a Fofona.

A costureira conta que, depois do vídeo do "Fofão de Franca", muita gente que não trabalha com festas tem perguntado sobre as fantasias, especialmente as feitas para crianças. Gildene envia as peças para todo o Brasil. Já atendeu a pedidos do Espírito Santo, Maranhão, Rio de Janeiro, Paraná, Paraíba e Pernambuco.

A psicóloga e psicanalista clínica Vera Cristina de Freitas diz que se interessar por fantasias quando ainda se é criança é algo muito natural e tão importante quanto brincar. Ela afirma que as crianças ficam mais à vontade quando estão vestidas como seus heróis e ídolos.

"Durante aquele momento, elas fantasiam que são aquelas personagens e adquirem poderes e capacidades que, normalmente, na vida real, elas não têm", diz Vera.

Ela acha que os pais e responsáveis não só podem como devem incentivar esse tipo de brincadeira que, segundo ela, ajuda até a lidar melhor com as emoções. Ou seja, sinal verde para Gael e sua roupa de Fofão!

Em fevereiro, Gael começou a ter aulas de iniciação em dança, mas ainda é cedo para pensar se no futuro ele vai continuar curtindo o assunto e seguir praticando. Por ora, seus pais ainda estão vendo se ele se adapta —até porque, Gael ainda é muito pequenininho.

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.