Descrição de chapéu Lollapalooza

Nem Liminha Ouviu e Luneta Mágica abrem a sétima edição do Lollapalooza

Bandas homenagearam Marielle Franco (PSOL) e o produtor Miranda nos shows

Victoria Azevedo Sarah Mota Resende
São Paulo
Imagem da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ)  é projetada no telão do show do Nem Liminha Ouviu
Imagem da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) é projetada no telão do show do Nem Liminha Ouviu - Victoria Azevedo/Folhapress

Com sol forte e com o público começando a chegar, os grupos de rock Nem Liminha Ouviu e Luneta Mágica abriram a programação da sétima edição do Lollapalooza, nesta sexta (23).

Com previsão para ter começado às 11h45, o quinteto paulistano, cujo nome faz referência ao produtor Liminha, acabou atrasando cinco minutos. Trata-se da segunda apresentação da banda no megaevento (os músicos também tocaram em 2015).

Embaixo de sol forte e com poucas pessoas no palco Budweiser, o principal do evento, o grupo, liderado pelo vocalista Tatola Godas, abriu o show com o single de seu próximo disco (que deve ser lançado ainda neste ano), “Não Tem Perdão”, um manifesto contra políticos brasileiros.

No telão, palavras como "abuso de poder" eram intercaladas com a bandeira do Brasil, foto do congresso nacional e até mesmo uma ilustração com a silhueta de Marielle Franco (PSOL), que foi assassinada na quarta-feira (14)

"Olha só, protesto! Gilmar Mendes o caralho. É isso que vamos falar aqui em cima", disse Tatola. "Tem que cumprir o que fala ? Olha o perrengue que o país passando. Como a gente não sabe falar de amor, vamos falar de política. João Doria, Alckmin, essa cidade é nossa, porra", completou.

Além de temas autorais, o grupo releu hits não tão óbvios do rock brasileiro. "Vocês vieram ver Red Hot ? Eu também. Enquanto eles não vierem, a gente vai zoando aqui", disse Tatola.

A estudante de geografia Rafaela Santana, 21, veio ao show de Red Hot Chilli Peppers e chegou quando abriram os portões para guardar lugar. "Paguei muito caro para ver eles, então vale a pena vir cedo. Estou realizando um sonho."

LUNETA MÁGICA

Estreantes no festival pop e rock Lollapalooza, os manauaras do Luneta Mágica marcaram sua apresentação com homenagem a Carlos Eduardo Miranda, popularmente conhecido como Miranda, produtor musical que morreu nesta quinta (22) após sentir “uma forte dor de cabeça”, segundo a família.  

“Ele era um grande amigo e o show é dedicado a ele”, disse o vocalista Pablo Henrique. Miranda foi o produtor da música "Parte", mais recente trabalho do Luneta Mágica. 

“E entre várias conversas de bastidores da música e o que significa sucesso, indiretamente ele deu seu mais importante conselho para nós: ‘Não interessa se tocam para 200 mil ou 2 pessoas, se a música atingiu alguém, é o que importa’”, escreveu o grupo em suas redes sociais, após a divulgação da morte

Show da banda Luneta Mágica no Lollapalooza
Show da banda Luneta Mágica no Lollapalooza - Sarah Mota Resende/Folhapress

No texto divulgado, o Luneta Mágica ainda conta que estiveram com Miranda, a quem chamam de “um dos maiores nomes da música brasileira dos últimos 30 anos e amigo”, no dia da morte. 

Marcado para começar às 12h, a apresentação começou sem atraso. O sol e o calor incomodou o público presente, mas não o suficiente para espantar fãs mais entusiasmados, que se acumularam na grade para cantar com a banda.  

Pouco depois das primeiras músicas, Pablo agradeceu o público e pediu “só um momentinho para afinar”. “Muito obrigado, duplamente, pra quem veio nesse calor. A gente trouxe um pouquinho de Manaus para cá”, disse, aos risos, Erick Omena

“Para vocês verem como a gente leva Manaus para todos os lugares”, completou Pablo, também se referindo ao calor, quando o relógio marcara exatas 12h30. 

“De ontem para hoje a gente perdeu um grande amigo, que é o Miranda. Ele produziria o nosso próximo disco. Miranda, um beijo onde você estiver”, disse Erick, antes de começar “Parte”, na metade final do show. O público aplaudiu. 

“A gente chegando ao fim e a gente queria agradecer vocês que estão aqui. É do caralho! Mostra que pra escutar música não tem horário. Só precisa ter boa vontade. E é uma palhaçada o que acontecendo no Rio de Janeiro”, afirmou Pablo.

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