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Coleção Folha apresenta conto de Joseph Conrad em edição bilíngue

'Amanhã' é um drama que mostra como a esperança pode ser traiçoeira, e a imaginação, nociva

Escritor britânico de origem polonesa Joseph Conrad - Reprodução
Cristiane Martins
São Paulo

Um velho capitão em busca de seu filho desaparecido e uma moça altruísta são os principais personagens do quarto volume da Coleção Inglês com Clássicos da Literatura. A edição chega às bancas no domingo (29/4).

"Amanhã", do escritor britânico de origem polonesa Joseph Conrad (1857-1924), é um drama que mostra como a esperança pode ser traiçoeira e a imaginação, nociva.

Essa típica história conradiana fala de obsessão e de desejos reprimidos, da expectativa cega que impede as pessoas de verem a realidade diante dos olhos e chega a postergar questões cruciais da vida.

O conto é apresentado ao leitor em edição bilíngue. O texto, apresentado lado a lado em cada idioma, permite ao estudante da língua inglesa recorrer rapidamente à tradução enquanto lê o original de um dos maiores escritores da história.

O volume dá também acesso a uma plataforma digital, com versões em PDF e em áudio.

Joseph Conrad publicou seu primeiro romance em 1895, após passar 20 anos trabalhando como marinheiro, principalmente em veleiros.

O ambiente das navegações e das aventuras em viagens é dominante em sua literatura.

"Amanhã" tem como cenário o porto de Colebrook, onde o egoísta Hagberd procura por seu filho desaparecido, Harry. O rapaz fugira para o mar após ser expulso de casa. Desesperado, o pai publica anúncios em jornais em busca do jovem.

O capitão, visto como louco no vilarejo, foi um marinheiro que nunca se afastara da costa. Seu interesse era a terra firme, por isso nunca soube o que era estar em mar aberto. Receava perder seu porto, sua âncora. Ou seja, seu controle.

"Que tipo de profissão era essa em que, durante a maior parte do tempo, você não podia colocar os pés dentro de casa? Assim que você saía para o mar, não tinha mais a possibilidade de saber o que acontecia em casa."

Já Bessie Carvil era uma mulher simples e caridosa, mas frustrada, cheia de ilusões perdidas. A delicadeza com que Conrad descreve a necessidade de amor dela, inclusive, é incomum em sua obra.

O quintal dos fundos e o jardim da frente servem de ponto de encontro entre Hagberd e a vizinha Bessie, mas eles nunca haviam se falado sem a cerca ou a grade entre ambos. Ela o acalmava sendo boa ouvinte, agradava-o em silêncio.

Eis que um dia um homem chega à cerca de Hagberd. Será que ele vai continuar a fantasiar um filho imaginário que sempre está prestes a chegar?

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