Após dois anos ocupando parte do MIS, Paço das Artes irá para Higienópolis

Centro Cultural saiu do prédio do Instituto Butantan, na Cidade Universitária, em 2016

Isabella Menon
São Paulo

Depois de sair do prédio que pertence ao Instituto Butantan na Cidade Universitária, em 2016, o Paço das Artes irá se fixar no casarão Nhonhô Magalhães, no bairro de Higienópolis.

Toninho Sarasá, à frente da restauração do imóvel erguido por um cafeicultor nos anos 1920, diz que o projeto deve ficar pronto entre o final de 2019 e o início de 2020. 

Segundo ele, o Paço ocupará um dos cinco andares da casa de 2.500 m², o que tem os cômodos mais amplos e que se interliga ao piso Pacaembu do shopping Pátio Higienópolis, proprietário do imóvel desde 2005. 

O antigo casarão do Nhonhô Magalhães que será parte dele será destinado ao Paço das Artes
O antigo casarão do Nhonhô Magalhães que será parte dele será destinado ao Paço das Artes - Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

Uma cláusula do contrato de venda do casarão, que custou ao shopping R$ 19,5 milhões, estipula que parte do imóvel teria de ser cedida ao estado para uso cultural por 20 anos.

Hoje, o Paço ocupa uma parte do Museu da Imagem e do Som. Mas devido ao pequeno espaço —antes eram cerca de 1.000 m² contra os 80 m² dentro do museu da avenida Europa—, algumas exposições aconteceram na Oficina Cultural Oswald de Andrade e no MAC-USP. 

O motivo da saída do Paço das Artes da Cidade Universitária é nebuloso. A instituição diz que o Butantan requereu o espaço para abrigar uma fábrica de vacinas.

Mas a nova direção do Butantan —à frente do órgão desde 2017— desmente a justificativa dada à época, afirmando que “não seria possível uma fábrica de vacina ali, pois a estrutura do prédio não permitiria”. Eles não especificam, no entanto, o motivo do despejo do Paço. 

Obra de Carmela Gross em frente ao Paço das Artes, quando ocupava o prédio do Instituto Butantan
Obra de Carmela Gross em frente ao Paço das Artes, quando ocupava o prédio do Instituto Butantan - Erico Marmiroli/Divulgação

Desocupado desde a saída do centro cultural, o prédio passa por reformas há três meses. Segundo o Butantan, a conclusão está prevista ainda para 2018. Ele será usado como área administrativa e terá espaço para exposições —não está definido que tipo de mostras o local abrigará. 

A direção do Paço afirma que a saída do prédio na USP causou dificuldades nos últimos anos, como a descontinuidade de projetos, “em função de incertezas quanto ao futuro institucional”.

A instituição, fundada em 1970, foi responsável por lançar nomes de peso na arte contemporânea. O centro cultural nunca teve sede própria e integra a organização social responsável pelo MIS.

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