Descrição de chapéu

'D.P.A. 2' se enche de pirotecnia, mas perde a essência de clubinho

Trio de investigadores mirins tenta desvendar mistério italiano

Marina Galeano

Detetives do Prédio Azul 2 - O Mistério Italiano

  • Quando Estreia nesta quinta (13)
  • Classificação Livre
  • Elenco Letícia Braga, Anderson Lima, Pedro Henriques Motta, Cláudia Netto, Ronaldo Reis, Diogo Vilela, Fabiana Karla e Antonio Pedro
  • Produção Brasil, 2018
  • Direção Vivianne Jundi

Veja salas e horários de exibição

Bento (Anderson Lima), Sol (Letícia Braga) e Pippo (Pedro Henriques Motta) continuam imbatíveis e invencíveis. Mas, agora, eles também são internacionais.

Cerca de um ano e meio depois de salvarem o famoso edifício azul da destruição, os investigadores mirins voltam aos cinemas em “Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano”, num caso bastante ambicioso.   

A bordo de uma vassoura mágica, o trio cruza o oceano Atlântico rumo à terra da macarronada para desvendar o desaparecimento da jovem feiticeira Berenice (Nicole Orsini) e de outras crianças que participam de um concurso musical muito suspeito.

O breve intervalo entre as duas missões cinematográficas se explica através de números. O primeiro filme dos D.P.A., lançado em julho do ano passado, sob direção de André Pellenz, atraiu quase 1,3 milhões de espectadores às salas de exibição.

Com um orçamento mais robusto, Vivianne Jundi —à frente da série infantojuvenil do canal Gloob desde a nona temporada e quem assina o segundo longa-metragem da turma— ampliou consideravelmente o universo original, até para mirar novos públicos.

Pippo (Pedro Henriques Motta), Bento (Anderson Lima) e Sol (Letícia Braga) em cena de  “Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano”
Pippo (Pedro Henriques Motta), Bento (Anderson Lima) e Sol (Letícia Braga) em cena de 'Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano' - Divulgação

Além das figurinhas carimbadas do programa de TV, como dona Leocádia (Cláudia Netto), Severino (Ronaldo Reis), Vó Berta (Suely Franco) e Theobaldo (Charles Myara), entram na história os divertidos vilões Máximo e Mínima Buongusto, interpretados por Diogo Vilela e Fabiana Karla.

Porém, a grande diferença em relação à aventura anterior, ambientada nas ruas do Rio de Janeiro, é geográfica e pirotécnica. Bento, Sol e Pippo se mandam para o continente europeu sob uma chuva de efeitos especiais.

Sobrevoos de vassoura, raios que saem da ponta dos dedos freneticamente, sumiços e aparições repentinas... Embora parte desses truques simpáticos funcione, há um exagero de foguetórios que não se encaixam na trama e deixam o clima meio “fake” demais.

Também fica a impressão de que, afora algumas belas tomadas das paisagens de Puglia e do sotaque do nono Giuseppe (Antônio Pedro), o tal mistério não tem quase nada de italiano. A rica atmosfera da região poderia ser melhor incorporada à trama para justificar viagem tão longa.

A proposta mais ousada de D.P.A. 2, portanto, cria um certo ruído com a principal essência dos detetives. Falta nesse filme o clima singelo e caseiro do seriado; aquele espírito de clubinho de fundo de garagem.

Não que os fãs da carismática turminha irão se decepcionar. Talvez seja apenas uma questão de ajustar as expectativas antes de entrar no cinema.

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