Obra de Da Vinci vendida por preço recorde tem paradeiro desconhecido

No final de 2017, o Louvre Abu Dhabi havia anunciado a ida da peça de R$ 1,5 bilhão para o museu

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São Paulo | The New York Times

​Anunciada há dois anos como a joia do acervo da filial do Louvre em Abu Dhabi, a pintura “Salvator Mundi”, de Leonardo Da Vinci, até hoje não apareceu no museu. É o que revelou o The New York Times em reportagem publicada neste sábado (30).

Vendido em 2017 pela cifra recorde de US$ 450,43 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão na época) em um leilão da Christie’s, em Nova York, o quadro é envolto em controvérsias.

 

A primeira é a própria autenticidade da tela pintada em 1500. Originalmente parte do acervo do rei Carlos 1º, da Inglaterra, ela desapareceu dos registros históricos no século 18. Cem anos depois, reapareceu no acervo de um industrial britânico.

Então, a tela estava coberta de tantas camadas de tinta que era difícil determinar se era de fato um Da Vinci. A obra acumulou transações modestas até ser levada à acadêmica Dianne Modestini, do Instituto de Belas Artes da Universidade de Nova York, em 2005.

Modestini restaurou o trabalho a ponto de haver rumores de que ela divide sua autoria com o mestre renascentista.

A segunda controvérsia envolve a compra da tela no leilão da Christie’s. Adquirida pelo príncipe saudita Bader bin Abdullah bin Mohammed bin Farhan al-Saud à época, mais tarde revelou-se que o verdadeiro comprador era o princípe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, conhecido pelas iniciais MBS.

As condições da ida do quadro para os Emirados Árabes, país do qual MBS se aproximou ao assumir o trono em junho de 2017, também não são claras —não se sabe se ela é fruto de um empréstimo, uma doação ou uma venda privada.

Segundo o New York Times, nem representantes dos governos da França e de Abu Dhabi, nem funcionários da filial do Louvre nos Emirados Árabes sabem determinar o paradeiro do quadro.

Uma enorme retrospectiva de Da Vinci no Louvre parisiense, prevista para outubro deste ano, aumenta as expectativas em relação a "Salvator Mundi".

De acordo com agentes de mercado que acompanharam as negociações, as questões de autenticidade da obra de Da Vinci são tão graves que MBS não teria finalizado até hoje o pagamento à Christies —é possível, portanto, que o quadro nem tenha saído de Nova York.

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