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Cinema

Drama nacional mostra a dor de pessoas cujos parentes ou amigos desapareceram

'Onde Quer que Você Esteja' mostra programa de rádio que ajuda a encontrar pessoas

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Onde Quer que Você Esteja

  • Classificação 10 anos
  • Elenco Debora Duboc, Leonardo Medeiros e Sabrina Greve
  • Produção Brasil, 2018
  • Direção Bel Bechara e Sandro Serpa

"Onde Quer que Você Esteja", de Bel Bechara e Sandro Serpa, mostra a dor de pessoas cujos parentes ou amigos estão desaparecidos misteriosamente.

No filme, desenvolvimento do curta que os diretores tinham feito 15 anos antes, há um programa de rádio que ajuda as pessoas a encontrarem os desaparecidos. Acompanhamos inicialmente um casal que perdeu seu filho há quarenta dias.

Em seguida, Zélia (Sabrina Greve), funcionária de um supermercado, pensa ter visto sua babá, após muito tempo sem contato com ela. Ana Maria (Gilda Nomacce) está à procura da filha Aurora.

Há também os protagonistas do curta original, vividos pelos mesmos atores. Waldir (Leonardo Medeiros) e Lúcia (Debora Duboc) perderam seus cônjuges de vista. E se conhecem na espera do programa. Há ainda um homem, com filho recém-nascido, que desconhece o paradeiro da esposa.

É interessante a ideia de ampliação do curta, apesar de arriscada. O tempo que passou entre curta e longa indica que a maturidade pode ter o seu papel na decisão de voltar ao tema.

E por mais que o longa tenha de funcionar sozinho, sem a necessidade de comparação com o curta, é interessante notar o que se ganhou e o que se perdeu na transformação.

Perdeu-se a brevidade de duração que chamava por invenção, nos cortes e nas opções de câmera. Ganhou-se uma calma que faz bem aos retratos de vários personagens que vão se afinando, ganhando corpo, servindo ao humor e à dor, embora tenham construções desiguais.

A atenção aos detalhes não é mais forçada por imagens aproximadas de bocas e olhos em cortes frenéticos, mas pela voz trêmula ao microfone, a falta de jeito com um fora numa mesa de bar, a retirada desastrada de um copo de plástico, ou seja, pequenos gestos que dão vida a um filme.

Com a ampliação, temos então um painel no estilo "Crash", de Paul Haggis, o que não raro cai na irregularidade, ou pior. A montagem, por vezes, é problemática. O elenco é desigual: os atores não estão no mesmo nível das atrizes, com a exceção de Dagoberto Feliz, o locutor da rádio. E o final, francamente, poderia ter sido melhor pensado.

Mas não é só o abstrato que une todas as histórias, como é o normal desse tipo de filme em que histórias se cruzam. É a estação de rádio. Com isso há um inegável respiro, porque pode-se brincar livremente com todas as histórias que elas poderão se encontrar nesse local sem a necessidade de qualquer apelação.

E por poderem brincar, surgem detalhes que enriquecem o drama. Às vezes, somos apanhados por algo, uma pluma de vida num mundo de tristeza e alegria, apreensão e relaxamento.

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