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Atentado à sede do Porta dos Fundos estará no próximo especial de Natal, diz Porchat

Após dois meses nos EUA, humorista voltou ao Brasil antes do aumento dos casos de coronavírus no país

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São Paulo

No ano passado, o ator e roteirista Fábio Porchat parecia estar em toda parte. Em março, sua sitcom “Homens?” chegou ao canal pago Comedy Central e à plataforma de streaming Amazon Prime Video. Em agosto, foi a vez do talk show “Que História É Essa, Porchat?” estrear no GNT. Em dezembro, “A Primeira Tentação de Cristo” –o segundo especial de Natal do Porta dos Fundos para a Netflix– causou celeuma no mundo inteiro.

Antes que o ano terminasse, Porchat saiu do Brasil e foi para Los Angeles, nos Estados Unidos, fazer cursos de roteiro e de inglês. Não estava por aqui quando o prédio no Rio de Janeiro, onde fica a sede do Porta dos Fundos, produtora da qual é sócio-fundador, foi alvo de um atentado terrorista, na madrugada do dia 24 de dezembro.

“Essa viagem já estava planejada havia meses. Eu não saí de circulação para evitar o bafafá”, afirma ele, em entrevista por telefone. “Mas acompanhei tudo de longe, é claro. O Porta dos Fundos sentiu na pele a mesma intolerância que os terreiros de umbanda enfrentam há anos”, disse.

O atentado mudou algo em relação ao próximo especial de Natal do Porta dos Fundos? “Eu já comecei a escrever o roteiro”, diz Porchat. “Ainda não sei bem no que vai dar. Mas é claro que o atentado vai estar nele, de alguma maneira.”

A estada de mais de dois meses em Los Angeles foi utiilizada para um curso de roteiro com Philip Eisner. "Também fiz um curso sobre como escrever um piloto de uma série de TV com Jeff Kahn, além de aulas diárias de inglês”, contou Porchat

Mesmo já tendo roteirizado dezenas de esquetes, filmes e programas de TV e até ganhado um prêmio Emmy Internacional –por “Se Cear Não Case”, o primeiro especial de Natal do Porta dos Fundos para a Netflix–, Porchat resolveu estudar roteiro a essa altura da carreira.

“Queria ter contato com uma indústria que é muito diferente da nossa”, explica. “Lá, a cultura não tem incentivo estatal. Você precisa prestar contas aos investidores. Eu tenho vontade de escrever em inglês, de fazer alguma coisa lá fora.”

A convite do Comedy Central, o ator assistiu à gravação de um episódio de “Lights Out”, o talk show do comediante David Spade. Graças à Netflix, foi apresentado aos showrunners da série “Glow”. Em seu curso de roteiros para pilotos, conheceu o ator Bob Odenkirk, da série “Better Call Saul”.

Voltou ao Brasil com um certo pé atrás, no começo de março, antes do aumento dos casos de coronavírus no país. Diz se surpreender com a solidariedade que recebeu em relação ao atentado à sede da produtora. “Tem muito mais gente a favor do Porta dos Fundos do que contra”, acredita.

Logo que chegou ao Brasil, Porchat gravou o primeiro episódio da segunda temporada de “Que História É Essa, Porchat?”, que estreou no dia 10 de março. No entanto, a nova leva teve de ser interrompida —como quase todos os programas do país, a atração também foi suspensa por causa da pandemia.

Para compensar, Porchat estreou no fim de março uma nova atração no Instagram, a live “Que História É Essa, Vovó?”, em que conversa com idosas sobre variados assuntos. A convidada da estreia foi sua própria avó, Maria Alice Robinson. Novos episódios serão disponibilizados às quartas e domingos, às 15h.

A quarentena também não afetou a estreia da segunda temporada de “Homens?”, que segue prevista para o dia 14 de abril. O longa “O Palestrante”, que Porchat escreveu com Cláudia Jouvin e estrelou ao lado de Dani Calabresa e Miá Mello, continua programado para o segundo semestre de 2020. A direção é de Marcelo Antunez.

“Sinto a classe artística se posicionando mais”, diz ele, sobre a atual situação política do país. “Nós estamos passando por uma montanha-russa. Hoje em dia, no Brasil, basta uma fagulha para as pessoas caírem matando. E a cultura do cancelamento está um exagero”, conclui.

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