A editora Globo, uma das principais do país, foi à Justiça no mês passado para fazer um novo pedido de falência da Livraria Cultura, que corre em paralelo ao processo de recuperação judicial já em curso da varejista de livros.
A editora afirma, no processo, que a livraria deve um total de R$ 544.519,25. São valores contraídos durante o período do processo judicial e independentes do negociado no acordo.
"A recuperação judicial é um processo que oferece diversas vantagens para a empresa poder se recuperar. Ao mesmo tempo, o processo também prevê obrigações. Uma delas é pagar as dívidas pós-concursais em dia", diz Mauro Palermo, diretor da Globo Livros, em nota.
"Para nosso desgosto —já que estávamos apoiando a empresa fornecendo nossos livros no período pós-recuperação judicial— isso acabou não acontecendo."
Outras editoras também vêm reclamando do não cumprimento de prazos da Cultura. No mês passado, um grupo de credores rejeitou o novo plano de recuperação judicial da empresa, um aditivo adaptado aos imprevistos que acometeram o mercado durante a pandemia.
A partir dessa rejeição, o juiz Marcelo Sacramone —que também será responsável por julgar o novo processo da Globo— decidiu que a empresa teria cinco dias para comprovar o cumprimento do plano original. Em caso contrário, seria decretada a falência. A Cultura recorreu à segunda instância e ganhou mais prazo.
Os representantes da livraria não responderam aos contatos da reportagem. Ao site PublishNews, Sergio Herz, presidente da Cultura, disse que recorreria caso o juiz desse ganho de causa à Globo.
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