Descrição de chapéu Obituário Armando Manzanero (1934 - 2020)

Armando Manzanero, ícone do bolero, morre por complicações da Covid-19

Compositor mexicano de 86 anos estava internado há 11 dias e foi vítima de uma parada respiratória

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Natalia Cano
Cidade do México | AFP

Símbolo do bolero, o cantor e compositor mexicano Armando Manzanero morreu nesta segunda (28) aos 86 anos, por complicações de Covid-19. A informação foi confirmada por seu empresário à AFP.

Manzanero foi internado no hospital em 17 de dezembro, com tosse e baixa oxigenação. Ele morreu nesta madrugada, depois de uma parada cardíaca.

O cantor e compositor mexicano Armando Manzanero em uma reunião dos membros da Sociedade dos Autores e Compositores do México (SACM) na Cidade do México em 2018 - Ginnette Riquelme - 5.abr.2018/Reuters

O artista era um dos compositores mais emblemáticos da música mexicana atual. Suas canções foram interpretadas por nomes como Andrea Bocelli, Frank Sinatra, Christina Aguilera e Julio Iglesias.

Há seis anos, ele se tornou o primeiro músicos do país a receber um Grammy honorário pela sua trajetória. Em quase seis décadas de carreira, lançou cerca de 30 álbuns, vários deles com hinos do cancioneiro romântico em espanhol, como "Somos Novios" e "Esta Tarde Vi Llover".

Orgulhoso de sua origem maia e com só 1,54 metro de altura, Manzanero se casou cinco vezes e teve sete filhos.

Ele dizia ter convivido com a música e o romantismo desde cedo –seu pai também era cantor. "As palavras vêm até mim do mundo em que vivi. Quando era criança, vivia perto do mar, vendo a natureza, assistindo a todos aqueles entardeceres e amanheceres", afirmou à BBC numa entrevista seis anos atrás.

Um dos que lamentaram a morte de Manzanero foi o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que mencionou o artista durante sua entrevista coletiva matinal. Ele antecipou o fim da conversa depois de exibir um vídeo do cantor interpretando "Adoro".

Celebridades, instituições culturais mexicanas, o sindicato das artes hispânicas e políticos também homenagearam Manzanero nas redes sociais. "Um rei da música partiu. Descanse em paz, maestro", escreveu o porto-riquenho Ricky Martin no Twitter.

Em abril, Manzanero afirmou ao jornal Milenio que estava aproveitando a quarentena forçada para pôr em ordem seu catálogo de mais de 400 obras.

Em 11 de dezembro, pouco antes de ser internado, ele compareceu à inauguração de um museu dedicado à sua vida e obra na península de Yucatán, onde nasceu. "A gratidão é a memória do coração, e a música é a melhor memória que você pode carregar no bolso", disse Manzanero no evento.

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