Pinacoteca enaltecerá arte decolonial em centenário da Semana de Arte Moderna

Instituição dará destaque para Adriana Varejão, Jonathas de Andrade, Dalton Paula, Lenora de Barros e Ayrson Heráclito

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São Paulo

A Pinacoteca de São Paulo divulgou nesta segunda (13) sua programação de 2022, ano em que celebrará o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da independência brasileira.

Prometendo se debruçar sobre "a identidade nacional" e a decolonialidade, a instituição dará destaque para artistas como Adriana Varejão, Jonathas de Andrade, Dalton Paula, Lenora de Barros e Ayrson Heráclito.

Com 11 mostras, o museu terá como foco as diferentes linguagens e os processos artísticos que foram originados no Brasil diante de dinâmicas coloniais.

“A Pinacoteca se propõe a abordar ambas as efemérides [dos cem anos da Semana de Arte Moderna e dos 200 anos da independência] a partir de uma perspectiva crítica, organizando uma série de exposições que olham para esses eventos como partes de processos mais alargados e continentais”, diz Jochen Volz, diretor-geral da instituição.

A partir de 26 de março, uma mostra panorâmica da carioca Adriana Varejão ocupará sete salas da Pinacoteca e o espaço do museu conhecido como octógono. Além de exibir a trajetória da artista, que neste ano foi a única sul-americana a ser destaque na galeria americana Gagosian, a exposição reúne mais de 60 obras de Varejão —feitas entre os anos de 1985 e 2021—, incluindo algumas que nunca foram apresentadas publicamente.

Dialogando com as obras da carioca, a instituição fará também uma mostra voltada exclusivamente ao barroco brasileiro, a partir da pintura colonial.

Em abril, uma exposição de Jonathas de Andrade reunirá diversas linguagens em obras decoloniais, que retratam tensões de gênero, classe e raça.

A mostra "Pelas Ruas: Vida Moderna e Diversidade na Arte dos Estados Unidos", do segundo semestre de 2022, trará contrapontos sobre a celebração do centenário da arte moderna e mais de cem obras, incluindo trabalhos de Georgia O’Keefe, Edward Hopper e Andy Warhol, que refletem temas como ambientação urbana americana e desiguadades sociais.

Ainda no segundo semestre, o artista Dalton Paula fará uma obra pensada especificamente para o octógono, mergulhando na história nacional, no racismo e na diáspora africana.

Elementos da cultura iorubá, como orixás e alimentos sagrados, ganharão destaque na exposição de Ayrson Heráclito —essa será a primeira vez que ele fará uma mostra panorâmica em São Paulo.

Encerrando a programação de 2022, uma exposição da poeta e artista visual Lenora de Barros exibirá vídeos e instalações que traçam interssecções entre palavra e imagem, a partir da poesia concreta dos anos 1950 e de influências da arte conceitual e da pop art.

Além das mostras citadas, a Pinacoteca promoverá o "Já Revistas", que reúne ensaios, manifestos, ilustrações e projetos gráficos sobre o modernismo. É também em 2022 que a instituição inaugurará sua galeria audiovisual. A estreia será em fevereiro, com "Vostok", de Leticia Ramos.

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