Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Anfitrião de Bolsonaro em jantar tem ligação com um dos maiores museus do país

Washington Cinel é patrono da Pinacoteca, e sua filha Jessica é diretora do MuBE, colecionadora e patrona do Masp

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São Paulo

O empresário Washington Cinel, que recebeu em sua casa o presidente Jair Bolsonaro para um jantar com grandes empresários em São Paulo, nesta quarta (7), tem conexões com alguns dos principais museus do país.

O anfitrião é patrono da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Sua filha, a colecionadora Jessica Cinel, é diretora estatutária —isto é, nomeada— do MuBE, o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, também na capital paulista, desde dezembro do ano passado.

De acordo com o perfil de Jessica no LinkedIn, antes de assumir o cargo de direção ela foi coordenadora do comitê de mecenato no MuBE, sendo responsável pela captação de novos patronos e associados para a instituição e liderando um grupo de cerca de 70 pessoas. Ela também coordenava atividades deste grupo, visitando ateliês de artistas e coleções públicas e privadas.

Jessica consta ainda na lista de jovens patronos do Masp, o Museu de Arte de São Paulo.

Washington Cinel na abertura da exposição "Ai Weiwei Raiz", na Oca, em São Paulo - Marcus Leoni -19.out.2018/Folhapress

Nascida em 1992, ela é frequentemente apontada como uma das principais colecionadoras da nova geração e financiadora de artistas —em 2019, afirmou à Folha se preocupar em incentivar jovens artistas, muitas vezes não representados por galerias. À época, também disse que ajudava a sua família a aumentar a coleção de arte, então com 50 obras, dentre as quais fotos de Marcelo Moscheta e Lucas Simões.

Jessica começou sua coleção em 2016 e a estruturou ao redor dos conceitos de limites e fronteiras geográficas. No ano seguinte, entrou numa especialização em arte contemporânea asiática no Instituto de Arte Sotheby’s, em Londres, depois de se formar em negócios internacionais pela Regent’s University, também na capital inglesa.

Voltou ao Brasil em 2018 e passou a trabalhar na empresa do pai, a Gocil, uma das maiores do ramo de segurança pública e privada no país, com 25 mil funcionários em 14 estados e cerca de mil clientes no portfólio, segundo um vídeo no site da companhia.

Em seu LinkedIn, a colecionadora afirma ter ingressado na holding da família “com o objetivo de preparar a organização para a segunda geração“ e ocupar atualmente o cargo de conselheira de estratégias.

Seu pai, Washington, disse no jantar desta quarta que o governo Bolsonaro tem muitos motivos para ser aplaudido. Ele defende a compra de vacinas por empresas para antecipar a imunização de funcionários e afirmou em outra ocasião apoiar o porte de armas. Em 2019, contou à revista Veja que ele e seu filho, Washington Filho, andam armados, e que é um direito do cidadão poder se defender.

Há poucas semanas, José Olympio da Veiga Pereira, o presidente da Fundação Bienal de São Paulo, instituição responsável pela principal mostra de arte do país, disse a este jornal ter perdido a esperança com o governo Bolsonaro.

O banqueiro —dono de uma das maiores coleções de arte do Brasil— foi eleito presidente da Bienal logo após as eleições presidenciais de 2018. Na época, expressou otimismo com o governo e não comentou os ataques de Bolsonaro à Lei Rouanet, o principal mecanismo federal de fomento às artes, utilizado inclusive pela Bienal.

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