A cantora canadense Joni Mitchell foi mais uma a abandonar o Spotify, alegando a proliferação de posicionamentos antivacina nos conteúdos disponibilizados pela empresa de streaming.
A decisão veio em apoio ao músico Neil Young, que pediu que a plataforma removesse todas as suas canções do catálogo depois que ela se negou a banir um podcast acusado de espalhar desinformação sobre a Covid-19 —nesta quarta (26) o Spotify começou a excluir a obra de Young.
Conhecida por canções como "River" e "A Case of You", Mitchell afirmou em seu site oficial que "pessoas irresponsáveis estão espalhando mentiras que estão custando a vida das pessoas". Ela ainda disse ser "solidária a Neil Young e às comunidades científicas e médicas globais nesta questão".
A polêmica teve início quando Young deu um ultimato ao Spotify para retirar de sua plataforma o podcast "The Joe Rogan Experience".
Em janeiro, um grupo de cientistas e profissionais de saúde denunciou ao serviço um episódio do programa por apresentar dados falsos sobre a vacinação e a Covid-19. Nele, Rogan realiza uma entrevista de três horas com o imunologista americano Robert Malone, que traça paralelos entre a Alemanha nazista e os Estados Unidos atuais e afirma que a sociedade está sendo "hipnotizada" para acreditar nos imunizantes e nas medidas sanitárias para combater a pandemia. O vídeo da mesma entrevista foi derrubado pelo YouTube.
Malone acumula milhões de ouvintes mensais e fontes alegam que o Spotify acertou um contrato milionário para ter a exclusividade do artista na plataforma.
Ainda que defenda um trabalho de moderação nesse momento de pandemia, o Spotify deixou clara sua posição a respeito da decisão de Young. "Nós queremos que toda a música e conteúdo em áudio do mundo esteja disponível para os usuários do Spotify", disse em nota.
"Com isso, temos uma grande responsabilidade em balancear segurança para os ouvintes e liberdade para seus criadores. Detalhamos políticas de conteúdo e removemos mais de 20 mil episódios de podcast relacionados à Covid desde o começo da pandemia."
"Lamentamos a decisão de Neil de remover sua música do Spotify", acrescentou o serviço, "mas esperamos recebê-lo de volta em breve".
Assim que o músico de 76 anos teve suas canções retiradas da plataforma, o serviço de streaming Apple Music, concorrente do Spotify, começou a divulgar em suas redes sociais que é o "lar de Neil Young".
Até o momento da publicação desta reportagem. o Spotify não tinha se pronunciado sobre o caso de Mitchell. O perfil com quase 4 milhões de ouvintes mensais da cantora continua ativo.
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