Mario Frias gasta R$ 39 mil em viagem para ver lutador Renzo Gracie em Nova York

Estrela do jiu-jítsu convidou secretário da Cultura para discutir projeto audiovisual

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São Paulo

Mario Frias gastou R$ 39 mil do dinheiro do contribuinte numa viagem de cinco dias para Nova York para tratar de um "projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte" com o lutador de jiu-jítsu bolsonarista Renzo Gracie, que o convidou. As informações, do Portal da Transparência, foram antecipadas pelo jornal O Globo.

Só em passagens aéreas o secretário especial da Cultura gastou R$ 26 mil dos cofres públicos. Além disso, a viagem, realizada entre 14 e 19 de dezembro, foi considerada urgente, já que foi confirmada com menos de 15 dias de antecedência.

dois homens tiram selfies
O secretário da Cultura, Mario Frias, e o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie tiram selfies em Dubai - @mfriasoficial/Twitter/Reprodução

​​​Frias foi para os Estados Unidos acompanhado de seu secretário-adjunto, Hélio Ferraz de Oliveira, que gastou outros R$ 39 mil. Ao todo, a viagem dos dois saiu por cerca de R$ 78 mil, segundo o Portal da Transparência. Deste montante, R$ 24 mil foram em diárias —R$ 12 mil para cada.

A reportagem questionou a Secretaria de Cultura sobre o que é o projeto audiovisual que o portal cita.

Renzo Gracie, estrela da luta internacional da família de mesmo nome, tem uma escola de jiu-jítsu em Nova York onde já treinaram celebridades como o ator Keanu Reeves e o cineasta Guy Ritchie, ex-marido de Madonna.

Gracie acaba de ser biografado pelo ex-secretário federal da Cultura, Roberto Alvim, demitido por fazer um vídeo com em que faz apologia do nazismo. "Renzo Gracie: Uma Vida Heróica" será lançado no próximo dia 14 pela editora Auster.

A descrição de Alvim no site da editora não menciona sua breve passagem pelo governo federal e se concentra em destacar as suas realizações como diretor de teatro e dramaturgo.

Após a publicação da reportagem, Frias afirmou em seu Twitter que não pagou essa quantia pela viagem e que a finalidade da viagem "não foi da forma como colocaram nas inverídicas manchetes" [de imprensa]. Ele não disse, contudo, qual valor gastou nem o motivo de ter ido para Nova York.

Desde que assumiu o cargo, em junho de 2020, Frias realizou 26 viagens, sendo esta para Nova York a mais cara. Em seguida vem um trajeto para Roma, em agosto do ano passado, quando ele participou da Conferência dos Ministros da Cultura do G20 —esta custou pouco mais de R$ 30 mil.

Em seguida vem sua viagem para a Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, em maio do ano passado, ao custo de R$ 21.218 para a semana em que ficou na Itália. O evento homenageou Lina Bo Bardi, uma das mais importantes arquitetas brasileiras, que Frias revelou não saber quem era.

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