Descrição de chapéu Rock in Rio

Avril Lavigne no Rock in Rio volta a se prender à nostalgia em show com superlotação

Cantora canadense apareceu com ares de diva punk e reviveu época em que foi ícone da música jovem, nos anos 2000

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Rio de Janeiro

Antes mesmo de começar, o show de Avril Lavigne na nona edição do Rock in Rio já deixava uma certeza, a de que foi escalado para um palco que não o comportava. A cantora canadense se apresentou no Sunset na noite desta sexta-feira.

Show da cantora Avril Lavigne, no palco Sunset, no Rock in Rio - Eduardo Anizelli/Folhapress

O espaço, o segundo maior do festival, estava abarrotado, com a multidão mais numerosa que teve até agora nesta edição do festival. Mesmo no começo da tarde, os fãs de Lavigne já se aglomeravam nas proximidades do palco, e, na hora da apresentação, era difícil conseguir se locomover.

Depois de deixar uma má impressão com o show em São Paulo, ela subiu ao palco, 12 minutos atrasada, com ares de diva punk e foi saudada por uma plateia emocionada por ver a artista, gritando seus versos e competindo com o som dos alto-falantes —baixos demais, como tem sido constante neste Rock in Rio.

Ela cumprimentou a plateia dizendo que sentiu saudades de cantar no Brasil. Logo depois, puxou "Bite Me", single de seu mais recente álbum, "Love Sux", lançado neste ano marcando seu retorno ao punk adolescente que a fez um ícone da música jovem nos anos 2000.

Apesar de dialogar com sua estética mais clássica, da qual havia fugido nos últimos anos, a fase atual de Avril Lavigne pouco comove no palco. São os hits nostálgicos que evocam o coral do público, como "What the Hell", sucesso de pegada pop de 2011.

Sem a energia de quando despontou para o sucesso, 20 anos atrás, Lavigne sorriu, andou o palco todo e interagiu com a plateia. Na maior parte do tempo, era difícil ouvir sua voz, tanto por causa do som baixo –especialmente da voz e das guitarras– quanto por causa dos coros do público.

Em hits como "Girlfriend", "Complicated" e "My Happy Ending", o público de millennials foi transportado para a própria adolescência. Esta é, afinal, a razão principal de eles estarem ali. Da nova safra de músicas, "I Love It When You Hate Me" é a que funciona melhor no palco, mas não há muito além disso.

Há algo de estranho em ver uma cantora de quase 40 anos inserida em uma temática tão adolescente, e talvez seja isso que a faça sentir algum desconforto no palco. O repertório também insinua uma fuga da nostalgia, com recentes como "Head Above Water" e "Avalanche" ganhando espaço em detrimento de outros sucessos mais antigos.

Mas, se Lavigne tenta fugir, ela acaba capturada pela nostalgia. A cantora representa uma estética, pop punk com um pé no emo, e uma geração que cresceu lidando com dilemas juvenis tendo sua obra como trilha sonora. "Sk8er Boi", hit sobre um romance banal temperado por skate e rock, é a que melhor representa isso, sendo a mais celebrada pelo público.

O que travou o show foram as pausas da canadense, que saiu do palco diversas vezes ao longo da apresentação. Também a falta de potência das caixas de som e a superlotação, além da curta duração, de não mais do que uma hora.

Acabou com Lavigne fazendo um verdadeiro karaokê com "I'm with You", saindo do palco enquanto o Fall Out Boy já distribuía os seus primeiros riffs.

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