O recluso cineasta francês Jean-Luc Godard, que morreu aos 91 anos nesta terça-feira, ícone do cinema moderno e um dos líderes da nouvelle vague, deu entrevistas que comparavam o fazer dessa arte com o decorrer da própria vida.
Ele foi um dos pensadores que viam no cinema uma maneira de mudar o mundo e deu sua primeira entrevista ao jornal francês Le Monde em 1960, aos 29 anos, na qual afirmava uma visão mais política do seu ofício.
Confira abaixo algumas das frases marcantes ditas ou escritas por Jean-Luc Godard.
"O cinema é um pouco como um antibiótico."
"A história deve ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem."
"Tudo o que você precisa para fazer um filme é uma arma e uma garota."
"O cinema nunca foi feito. Tudo já estava criado. É como se eu tivesse descoberto bruscamente cinco séculos de pintura."
"Todos os filmes, em geral, têm dois personagens que passam de um cômodo ao outro. E aí eis que o filme acaba."
"Para mim, a linguagem não é o idioma. Talvez um ou outro sejam diferentes, com origens únicas, como o basco e o finlandês. A linguagem é outra coisa, como a pintura e todos os grandes escritores, como James Joyce, que buscavam ir mais além do que é a língua falada."
"A palavra é minha voz, vem da minha garganta, não da minha língua. A pintura é ação com a mão. Escrever no computador não é."
"As pessoas diziam que estou ocupado com a política, com a revolução, mas cada vez mais estou preocupado com o cinema e com a realidade."
"Silêncio é algo que a gente diz muito no set antes de falar 'ação'. A dificuldade do cinema de hoje é que ele só pensa na 'ação' e não pensa o 'silêncio'. No entanto, o 'silêncio importa muito durante a filmagem."
"Eles [os americanos] são mais felizes, mas nós [os franceses] rimos mais."
"Estou terminando minha vida no cinema —sim, a vida de cineasta— fazendo dois roteiros e, depois, direi adeus, cinema."
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