Macy Gray não chega a ser uma artista de um sucesso só. A cantora americana de 55 anos tem uma carreira sólida, com uma dezena de álbuns lançados, alguns troféus do Grammy na prateleira e participações como atriz em filmes como "Homem-Aranha" e "Dia de Treinamento".
Mesmo assim, seus shows giram em torno do hit "I Try", a canção que todas as plateias querem ouvir, e da rota que ela vai traçar até chegar a ele. No Rock in Rio, esse caminho foi feito sem tropeços, por meio de uma linha de funks classudos e algumas baladas soul.
A abertura trouxe uma homenagem a Elza Soares no telão, ao som de "A Mulher do Fim do Mundo", seguida pelo balanço de "Relating to a Psychopath" e "Why Didn't You Call Me". A voz rasgante de Gray se mostrou ainda plena, com nuances e intensidade.
Na banda, formada por integrantes do California Jet Club, o colorido extra veio do trombonista brasileiro Joabe Reis, convidado especial da apresentação no Rock in Rio.
Depois de elegantes covers de "Take With U", de Prince, e "Creep", do Radiohead, vieram os grooves, com "Disco Song", "Every Night"e "Sexual Revolution". Outra versão se mostrou familiar —"Da Ya Think I´m Sexy", de Rod Stewart, marotamente inspirada em "Taj Mahal", de Jorge Benjor.
E "Try", enfim, chegou, com backing vocals da plateia, fechando o show que ainda teve um bis com "Thinking of You" e com a antirracista "White Man", durante a qual Gray tirou a peruca afro e arremessou ao público. Elza Soares curtiria tudo isso.
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