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Último dia da SPFW une balada, homens com tops de renda e ancestralidade negra

Korshi 01 propõe abolir distinções de gênero enquanto À La Garçonne misturou roupas de festa e street wear sofisticado

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São Paulo

Depois de deixar os fashionistas fritando no sol por 45 minutos, a Korshi 01 mostrou nas ruínas da Vila Itororó sua coleção de vestuário multifuncional na manhã deste domingo (20), último dia da São Paulo Fashion Week.

A marca Korshi desfila na Vila Itororó, no 54ª SPFW - Bruno Santos/Folhapress

Ao som de música eletrônica, os modelos desfilaram um vestuário que dialoga com as baladas, a exemplo de uma saia preta com uma grande fenda na frente que deixa as pernas quase totalmente à mostra e de uma gravata verde neon com um bolso para celular na ponta.

O jovem estilista Pedro Korshi tem tentado fazer das peças multifuncionais sua assinatura, propondo que elas sejam vestidas por todos, sem distinção de gênero. Na passarela se viu também uma camisa com manga destacável que vira camiseta, uma calça que vira short e um chapéu que se torna uma bolsa.

No segundo desfile do dia, a À La Garçonne apresentou na passarela do shopping Iguatemi um misto de roupa de festa, com bastante brilho, e street wear sofisticado. Tudo o que se viu era de alta qualidade, mas não houve peças arrebatadoras.

A marca A La Garçonne desfila na na passarela do shopping Iguatemi, no 54ª SPFW - Bruno Santos/ Folhapress

Na parte mais street os modelos desfilaram muitas peças em jeans, como calças e camisas largas, moletons oversize com estampa do desenho animado "Dick Vigarista" e um outro moletom com estampa de ossos nas mangas e da caixa torácica no peito, como se fosse um esqueleto. O destaque aqui foram os sapatos creeper com animal print de onça e leopardo.

Já a seção festa teve uma série de vestidos pretos e verdes, blazers e saias, tudo com acabamento brilhante. O brilho, aliás, é um elemento que tem aparecido em várias coleções nesta temporada, como se estivéssemos loucos para montar um look e sair de casa no pós-pandemia.

A À La Garçonne, etiqueta de Alexandre Herchcovitch e Fábio Souza, é conhecida por sua pegada sustentável e pela reutilização de tecidos, embora nesta coleção não estivesse claro em quais peças estava o upcycling.

À tarde, a estilista Isaac Silva fez um misto de desfile e show de auditório. Isto porque os modelos —todos negros ou pardos— não apenas mostravam as roupas, mas interagiam com a plateia mandando beijos e abraçando quem estava na primeira fila, por exemplo. A cada entrada na passarela, o público gritava e aplaudia, como numa celebração.

A marca Isaac Silva desfila na passarela do Komplexo Tempo, no 54ª SPFW - Bruno Santos/ Folhapress

O que se viu na coleção foram roupas inspiradas pela ancestralidade africana nas quais os botões foram substituídos por búzios, que assim ganharam a função de aviamentos, e também uma série de peças em renda branca, como regatas, bermudas e vestidos. A paleta incluía ainda amarelos, roxos e tons de areia, e a modelagem era ampla e fluida.

Segundo Silva, a inspiração para a coleção foram as estilistas Marisa Moura e Mama, a primeira brasileira e a segunda, africana. Silva diz que ambas são "griôs", palavra africana que dá título ao desfile e que designa mestres portadores de saberes transmitidos oralmente.

"As estilistas são as ‘griôs’ que usam a moda para sua mensagem, elas são base da minha inspiração em fazer moda, por isso a coleção em homenagem a duas mulheres", afirma Silva.

Na sequência, Lucas Leão levou homens super femininos para a passarela, vestindo tops de renda e sapatos de salto brancos ou um trench coat em degradê de rosa, amarelo e branco. É chique.

Houve também peças mais fáceis de usar, como moletons imensos de personagens da Marvel e camisetas da mesma temática, além de uma bermuda de alfaiataria com a barra rasgada.

A sensação é de que Leão, conhecido por desenhar e comercializar roupas digitais para vestir avatares, quer propor algo novo, a exemplo dos acessórios desfilados —uma bolsa de resina qual uma gosma derretendo e uma outra bolsa de porcelana.

À noite, Weider Silveiro seguiu com o clima de balada que apareceu em diversos desfiles desta temporada e levou para a passarela muito brilho dourado, em vestidos, sapatos, bolsas e capas. Parte de seu show teve também peças com estampa camuflada, que casavam bem com a música industrial e soturna da trilha sonora.

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