Descrição de chapéu Filmes Televisão LGBTQIA+

Como Kirstie Alley foi de queridinha das comédias a apoiadora de Trump

Atriz declarou voto no ex-presidente americano e se envolveu em confusão com a comunidade LGBTQIA+

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A atriz Kirstie Alley, que morreu na última segunda (5), aos 71 anos, brilhou estrelando filmes e séries de comédia a partir da década de 1980, mas nos últimos anos enfrentou resistência em Hollywood após declarar apoio ao ex-presidente americano Donald Trump.

Alley ficou muito conhecida por estrelar comédias como as da trilogia "Olha Quem Está Falando", a partir de 1989, com John Travolta, além do filme "Três Solteirões e um Bebê", de 1987, da série "Cheers", exibida entre 1982 e 1993, e do telefilme "Prisioneiro do Silêncio" —obras pelas quais foi premiada com o Emmy. Nos anos 2000, estrelou também a série "Fat Actress", dando vida a uma estrela de TV em decadência.

A atriz Kirstie Alley em foto de 2001
A atriz Kirstie Alley em foto de 2001 - AFP

Já nos anos anteriores à sua morte, ela ficou marcada por declarações políticas, e chegou a afirmar que foi boicotada pela mesma indústria que outrora a amou.

Antes eleitora do democrata Barack Obama, ela anunciou apoio formal a Trump em 2016, ano em que o republicano foi eleito. Mas, no mesmo ano, ela voltou atrás e disse no Twitter que "odiava esta eleição" e que não estava mais oficialmente apoiando nenhum candidato.

Apesar da declaração de 2016, ela depois confirmou que votou em Trump naquela eleição e afirmou que votaria no republicano novamente em 2020, quando ele perdeu para Joe Biden. "Voto em Trump porque ele não é um política. Votei nele quatro anos atrás por essa razão e vou votar novamente. Ele faz as coisas rapidamente e vai mudar a economia rapidamente", ela escreveu na rede social dois anos atrás.

Alley também chegou a bater boca com outras celebridades em defesa do ex-presidente americano e teve uma frase política que ficou famosa. Ela disse que "você pode cozinhar metanfetamina e dormir com prostitutas contanto que, aparentemente, você não vote em Trump… sinto que estou na [série de TV americana] ‘Além da Imaginação’, com todo aquele conceito."

Ela chegou a comentar sobre o que aconteceu com sua carreira após o apoio explícito ao político. "As pessoas dizem, ‘você é tão corajosa’, mas eu penso, ‘Não, acho que sou idiota.’ Porque, honestamente, é uma situação de exclusão", ela afirmou em entrevista ao programa Tucker Carlson Today, da Fox.

Após a morte de Alley, o próprio Trump homenageou a atriz. Ele escreveu que ela era "uma pessoa fantástica e uma grande apoiadora do América Primeiro e do Make America Great Again. Vai fazer muita falta!!!"

Além da atuação política, Alley se envolveu em outras polêmicas, incluindo uma com o Oscar e a comunidade LGBTQIA+. Isso porque, em 2020, a atriz criticou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas por promover a inclusão de pessoas LGBTQIA+.

Na ocasião, foi anunciada a decisão de que, para ganhar o prêmio de melhor filme, a obra terá que apresentar uma cota mínima de representantes de minorias no elenco, na equipe ou na área administrativa, entre outros critérios. A notícia não foi bem recebida por Alley.

"Isso é uma desgraça para os artistas em todos os lugares", ela tuitou. "Dá para imaginar alguém dizendo a Picasso o que fazer com a porra das suas pinturas? Vocês perderam a cabeça. Controlam artistas, controlam o pensamento individual… Oscar Orwell."

A atriz depois apagou o tuíte e tentou explicar melhor seu ponto de vista. Mas o estrago em sua imagem perante a comunidade LGBTQIA+ já estava feito.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.