A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, Larissa Peixoto, foi exonerada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva junto com outros servidores da instituição, que se tornou um órgão-fantoche de bolsonaristas nos últimos anos.
Um deles foi Leonardo Barreto, que foi diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização, um dos cargos mais importantes da gestão patrimonial nacional. Foi ele quem assinou o documento que criou um grupo de trabalho para estabelecer o valor cultural de armas de fogo.
A equipe tinha como objetivo desenvolver uma proposta com "critérios de avaliação de armas de valor cultural, com vistas a emissão de parecer referente ao valor cultural de material bélico" em geral. A partir dessa avaliação, os objetos seriam então destinados para acervos de museus ou descartados, de acordo com a portaria.
Além deles, saíram também Roger Alves Vieira, que comandava o Departamento de Patrimônio Imaterial, Filipe Rocchetti Girardi, de Cooperação e Fomento, e Arlindo Pires Lopes, de Projetos e Obras.
O Iphan foi uma das autarquias ligadas ao agora Ministério da Cultura que mais foi atacada no governo de Jair Bolsonaro.
Depois da paralisação do conselho consultivo por quase dois anos e da troca de funcionários do alto escalão, a instituição também teve distribuição de cargos-chave para aliados do governo, diminuição do orçamento e paralisação do mestrado.
Agravou ainda mais o quadro uma fala do Bolsonaro, quando ele afirmou ter demitido diretores do Iphan depois que a instituição interditou uma obra do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e um de seus principais apoiadores.
Membros do conselho consultivo do Iphan, que já vinham demonstrando preocupação, chegaram a assinar um manifesto afirmando que o governo Bolsonaro promove perseguição e desmonte no órgão.
"A declaração [de Bolsonaro] é eloquente sobre o modo como o governo vem utilizando instituições de Estado para favorecer interesses pessoais ou privados", escreveram na carta endereçada à Larissa Peixoto.
Outros nomes da Cultura, assumida ontem pela ministra Margareth Menezes, também foram exonerados. É o caso dos presidentes da Fundação da Biblioteca Nacional, Luiz Carlos Ramiro Júnior, e do Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram, Pedro Mastrobuono, e da Funarte, Tamoio Athayde Marcondes.
A ministra anunciou que Marco Lucchesi vai comandar a Biblioteca Nacional e Maria Marighella assume a Funarte em sua gestão, e deve anunciar em breve o nome que vai dirigir o Ibram.
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