Glória Maria, morta nesta quinta-feira (2) vítima de um câncer, estreou como repórter em 1971, quando cobriu o desabamento do viaduto Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Ao programa Memória Globo, Glória conta que estava indo almoçar em um sábado quando recebeu uma ligação informando sobre o desastre. Ela e outros profissionais logo foram até o viaduto.
O episódio deu início a uma carreira de grandes coberturas. Relembre algumas delas.
A posse de de Jimmy Carter
A primeira vez que Glória saiu do país foi para cobrir a posse do presidente Jimmy Carter nos Estados Unidos, deixando um Brasil que vivia a ditadura militar. A pedido do Jornal Nacional, a repórter viajou ao lado de Lucas Mendes, Hélio Costa e outros profissionais registrar a chegada ao poder do primeiro presidente Democrata após anos de domínio Republicano.
"Era uma abertura, ele era a favor das minorias, então a Globo fez questão de me mandar para mostrar que aqui [no Brasil] também tinha minorias que se davam bem e trabalhavam", contou Glória ao Altas Horas.
Guerra das Malvinas
Em 1982, Glória foi a primeira jornalista mulher do Brasil a cobrir uma guerra. A própria repórter pediu para Armando Nogueira, seu diretor no Jornal Nacional à época, para ir.
"Era uma guerra em que se desarmavam minas terrestres. E eu tinha que ir lá ver como era", disse. "A guerra é uma coisa que me deu muito medo, mas não deixei que me paralisasse".
Invasão da embaixada do Peru
No dia 17 de dezembro de 1996, um grupo do MTRA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru) invadiu a casa do embaixador do Japão no Peru, Morihisha Aoki, e fez 400 reféns. A embaixada ficou tomada por 126 dias, uma das maiores ocupações da história. Lá estava Glória Maria.
Coberturas esportivas
No currículo de Glória Maria estão também a cobertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e da Copa do Mundo da França, em 1998.
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