João Guilherme Ripper é exonerado do comando da Sala Cecília Meireles no Rio

Aldo Mussi, que já esteve à frente da casa, assume o cargo, apostando na continuidade do trabalho de seu antecessor

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São Paulo

O compositor João Guilherme Ripper não é mais diretor da Sala Cecília Meireles, um dos mais importantes palcos da música de concerto do país, que fica no Rio de Janeiro. A decisão foi publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial do Estado. Em seu lugar, assume o gestor cultural Aldo Mussi.

O maestro João Guilherme Ripper - Alexandre Durão/Folhapress

"Essa medida não considera que a direção da Sala é um cargo técnico. Nesse caso, foi uma indicação política", diz Ripper, que estava no posto havia quatro anos. Antes, ele já ocupara o mesmo cargo num longo período, entre 2004 e 2015.

Mussi se diz surpreso com o convite feito pelo novo presidente da Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro, a Funarj, Jackson Ribeiro, que foi indicado para seu respectivo cargo pelo deputado federal Aureo Ribeiro, do Solidariedade, segundo reportagem do jornal Extra. Ribeiro, por sua vez, é irmão da secretária de Cultura do estado do Rio de Janeiro, Danielle Barros.

"O fato de não ter formação em música não é empecilho para nada, sou aconselhado por vários profissionais renomados da área", afirma Mussi, que é graduado em artes cênicas. "Tenho muito respeito pelo trabalho do maestro Ripper e seus projetos serão mantidos durante a gestão, tenho certeza que ele será um colaborador bem importante."

Ripper continuará na Funarj como assessor da presidência para projetos especiais, o que inclui colaborar com a programação da própria Sala Cecília Meireles. Em nota, a Secretaria de Cultura afirma estar certa de que Ripper levará seu "notório conhecimento, experiência e brilhantismo para um dos maiores desafios da nova gestão da Funarj, que é a reabertura do lendário Theatro Villa-Lobos, em Copacabana, fechado há mais de 12 anos".

Entre os projetos exitosos de sua gestão, o compositor das óperas "Cartas Portuguesas", de 2020, e "Domitila", de 2000, destaca o "Sala Digital", em parceria com a TV Alerj, que permitiu a retomada das atividades do espaço mesmo durante a pandemia.

Outra conquista, segundo ele, foi a criação do "Programa Gestores", criado em 2020, destinado a estudantes de música com interesse em se capacitar para gerir salas de concerto. Em 2019, Mussi esteve à frente, ao mesmo tempo, da Sala Cecília Meireles e do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Neste ano, a Sala Cecília Meireles receberá 74 apresentações, homenageando os compositores Edino Krieger, Almeida Prado, Aylton Escobar e Ronaldo Miranda.

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