Descrição de chapéu Lollapalooza

Skrillex remixa Marisa Monte e Rosalía em rave com pirotecnia no Lollapalooza

DJ americano subiu ao palco Budweiser diante de público reduzido e depois de coro que xingava Drake pela ausência

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São Paulo

Ao som de xingamentos para Drake e "ole, ole, ole, ole, Skrillex, Skrillex", o DJ americano Skrillex subiu ao palco Budweiser do Lollapalooza na noite deste domingo com a tarefa ingrata de substituir o headliner da noite de última hora.

Drake, o rapper canadense que faria sua segunda passagem pelo Brasil e primeira em São Paulo, avisou sobre o cancelamento da apresentação na manhã do mesmo dia. O anúncio oficial citava apenas circunstâncias imprevistas do músico, que foi visto saindo de uma boate em Miami na noite de sábado.

O DJ americano Skrillex se apresenta no palco Budweiser durante o terceiro dia da 10ª edição do Lollapalooza - Adriano Vizoni/Folhapress

Skrillex compensou nos efeitos especiais. Era difícil que se passassem cinco minutos sem fogos, jatos de chamas, fumaça ou faíscas, geralmente acionados na hora do drop da batida.

O show começou ao som de "Carinhoso", de Marisa Monte e Paulinho da Viola —quando o DJ desceu do palco e cumprimentou a plateia.

Com um trecho do refrão "serei feliz" em looping, e "São Paulo in a jungle" repetida entre sirenes e uma batida forte, o público próximo à grade do palco pareceu esquecer que Drake um dia pisaria ali, e ele encarnou o repertório do palco Perry, dedicado aos sets de música eletrônica.

Em dez edições de Lollapalooza, nunca um DJ foi headliner do evento. O gênero tem algum espaço, mas restrito ao palco separado, que costuma ser ignorado pelo público majoritário do festival.

O remix de música brasileira como forma de homenagear a plateia é marca registrada de DJs moderninhos que visitam o país. Jamie XX, nome que fechou o palco eletrônico no sábado, fez o mesmo com "Tô", de Tom Zé.

Não chegou aos pés do remix de "Deixa de Onda", de Ludmilla —que se apresentou no sábado e voltou ao palco chamada por Skrillex no final do show para cantar "Todo Mundo Louco" e "Sou Má" aos berros de "frita, porra". A saideira "Cinema" se confundiu com mais xingamentos a Drake.

Como era de se esperar de um set eletrônico, o repertório ficou por conta das próprias músicas de Skrillex misturadas com samples breves de outras obras, como as de Avicii —DJ morto em 2018— e dos rappers 50 cent e Kendrick Lamar mixados com as marcas registradas do drum 'n' bass que alçaram o headliner substituto à fama.

Mas foram os hits de Skrillex que animaram o público, caso da gigantesca "Where Are Ü Now", parceria com Diplo e Justin Bieber, "Ratata" e "Fireflies", que ele engatou com um remix de Rosalía para um público que insistia se manter pulando com as mãos para cima.

"Bangarang" e "Scary Monsters and Nice Spirits", as músicas mais populares do começo da carreira do DJ, foram o ponto alto e pareceram uma viagem no tempo para a virada dos anos 2010.

A plateia, apesar de esburacada em comparação a outros headliners, era fã fiel do músico.

Skrillex passa pela terceira vez no Lollapalooza brasileiro, embora a primeira como substituto e como headliner. Ele veio em 2012, primeira edição do festival, em 2015 e em 2016 como parte do duo Jack Ü, com Diplo.

Sem lançar discos desde 2015, ano de "Skrillex and Diplo present Jack Ü", recheado de nomes fortes como Justin Bieber com o hit "Were Are Ü Now", o artista voltou em 2023 em dose dupla. Lançou "Quest for Fire", com participação de Missy Elliott e Four Tet, e "Don't Get Too Close", aceno às raízes emo do DJ, que foi vocalista de hardcore, com colaborações de Kid Cudi e Justin Bieber. Seu último trabalho solo antes disso havia sido "Recess", de 2014.

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