O projeto de interiores para um apartamento em São Paulo que destaca o móvel moderno brasileiro. O site de um podcast sobre indígenas e ambientalistas silenciados pela violência. O aplicativo de um programa da Prefeitura de Curitiba no qual moradores trocam materiais recicláveis por frutas e verduras.
Esses três projetos completamente distintos foram escolhidos na semana passada como alguns dos melhores designs entre 11 mil inscritos de 53 países pelo júri do iF Design Award, um dos principais prêmios da área. Em atividade na Alemanha desde a década de 1950, a láurea é considerada pelo meio como uma espécie de Oscar do design.
Ao todo, 68 projetos brasileiros foram premiados, mas só esses três ganharam o selo de excelência, o equivalente à categoria máxima.
O escritório paulistano BC Arquitetos foi escolhido pelo projeto de interiores da Residência DN, um apartamento num prédio dos anos 1970 na região dos Jardins.
O estúdio carioca Café.art foi premiado pela interface do site do podcast "Cova Medida" —segundo o júri, um design que promove empatia e compreensão sobre o tema do programa. E a designer curitibana Luiza Nery foi laureada pelo desenvolvimento do aplicativo Câmbio Verde, que serve para os moradores de Curitiba trocarem materiais recicláveis como papelão e vidro por frutas e verduras.
De todos os concorrentes neste ano, 75 ganharam o prêmio principal, mas há também dezenas de outros agraciados, em categorias como iluminação, mobiliário, embalagem de produto e medicina.
Letícia Castro, diretora do Centro Brasil Design, instituição que representa o iF Design Award no Brasil, diz que o prêmio chancela os vencedores no mercado internacional, sendo usado tanto por estúdios de design e arquitetura quanto por empresas multinacionais para angariar novos clientes.
Castro afirma que quase metade dos projetos brasileiros inscritos neste ano foram premiados, em comparação aos 10% dos que concorreram pela China. O Brasil já foi destaque no prêmio em anos anteriores, por seu design de mobiliário.
O prêmio é voltado para a indústria e o mercado e contempla tanto marcas grandes, como Apple e Samsung, quanto projetos bem específicos, como por exemplo um móvel de madeira minimalista que funciona como um altar para as pessoas rezarem em casa, de autoria dos japoneses do Studio Bycolor.
Entre os outros premiados do Brasil estão, por exemplo, a arquiteta Fernanda Marques com dois projetos de interiores, o estúdio Bijari, pelo desenho de quadras esportivas no parque Ibirapuera, em São Paulo, o estúdio de design Mula Preta, por duas mesas de centro, e o Estúdio Guto Requena, por um showroom da grife Hermès.
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