Descrição de chapéu Obituário Andre 'Pomba' Cagni (1964 - 2023)

Morre DJ Andre Pomba, ícone do clube A Lôca que marcou a noite gay de SP

Um dos principais nomes da cena underground paulistana, produtor morreu aos 59 por causa de câncer no estômago

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Morreu na manhã deste sábado o DJ Andre Pomba, famoso por tocar na cena underground e gay de São Paulo. Ele enfrentava um câncer no estômago. A informação foi confirmada por um amigo do artista que acompanhou o tratamento.

Morto aos 59 anos, o produtor ficou conhecido por comandar sets na casa noturna A Lôca, em São Paulo, onde começou a tocar em 1998. Ele também criou a festa Grind, que mistura rock e pop dos anos 1990 e 1980.

O Dj, produtor cultural e conselheiro municipal LGBT, André "Pomba" Cagni - Divulgação

Pomba foi pioneiro ao criar uma das primeiras festas de rock para pessoas LGBTQIA+ em São Paulo. A Grind era um dos poucos espaços em que gays podiam se beijar e paquerar ao som de músicas roqueiras, diz Lufe Steffen, autor do livro "Tragam os Cavalos Dançantes", sobre a história da boate A Lôca.

"Tinha toda uma geração que ia ali aos domingos. A festa foi ficando cada vez maior, diria que virou a noite mais importantes LGBTQIA+ da década de 2000 em São Paulo. Pomba abriu uma porta enorme, formou várias gerações de DJs e deixou um legado na cena alternativa."

O DJ era descontraído e irreverente ao fazer setlists repletos de hits dos anos 1980, com músicas que iam de Madonna e Cyndi Lauper às bandas de rock Blur e Suede, acrescenta o escritor.

Pomba também era jornalista e ativista. Ele foi coordenador de fomento da Secretária da Cultura do Estado de São Paulo por dois anos, entre 2017 e 2019, e atuou num conselho LGBTQIA+ da cidade.

O câncer que ele enfrentava estava num estágio avançado e de difícil recuperação. Seus amigos e familiares criaram uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para o tratamento. Ele se alimentava apenas por sonda há alguns meses e precisava de um cuidador em tempo integral, além de financiar adaptações na própria casa.

Pomba compartilhou o processo de tratamento em suas redes sociais. Em fevereiro, publicou uma foto sua no Instagram falando sobre o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Com uma sonda presa ao nariz, disse em outra publicação que uma operação havia ocorrido bem.

O DJ morreu no hospital Sancta Maggiore, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Parte do seu tratamento ocorreu no núcleo de oncologia da Prevent Senior, na Vila Mariana, na região sul da capital paulista.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.