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Ator gay de novela bíblica, Bernardo Dugin vai à polícia e acusa padre de homofobia

OUTRO LADO: Diocese de Nova Friburgo diz que lamenta o ocorrido e divulgará pronunciamento do sacerdote amanhã

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São Paulo

O ator Bernardo Dugin registrou neste domingo um boletim de ocorrência contra o padre Antonio Carlos dos Santos por homofobia durante uma missa realizada na capela do Colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Bernardo Dugin em cena da novela 'Éramos Seis', da Globo
Bernardo Dugin em cena da novela 'Éramos Seis', da Globo - Jhona Burjack/Globo

Em seu Instagram, o ator afirmou que durante uma missa de sétimo dia, em que ele estava com seu namorado, o padre usou termos considerados homofóbicos para condenar a relação entre pessoas do mesmo sexo.

"O padre disse, entre outras barbaridades que ele havia dito antes, 'o demônio está entrando na casa das pessoas de diferentes formas para destruir as famílias na representação da união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher’."

Procurada, a Diocese de Nova Friburgo divulgou uma nota em que diz lamentar o ocorrido. "Pedimos perdão às pessoas que se sentiram ofendidas e reafirmamos aquilo que é recorrente nas orientações do bispo para os padres e leigos: misericórdia, respeito, diálogo, tolerância e reconciliação."

A diocese disse também que divulgará nesta quarta-feira um pronunciamento do padre Antonio Carlos dos Santos, mas não respondeu se o pároco será punido. O Colégio Nossa Senhora das Dores, que sediou a missa em sua capela, divulgou uma nota na qual diz repudiar "todo discurso de ódio e incitação à violência de qualquer natureza".

Já a diretora do colégio, professora Jean Beatriz, em conversa com a reportagem, disse esperar o retorno do bispo dom Luiz Antonio Lopes Ricci para uma reunião que decidirá se a instituição adotará alguma ação a respeito de missas celebradas pelo sacerdote.

Bernardo Dugin, que participa da sétima temporada da série "Reis", da Record, e já esteve em produções bíblicas como "Gênesis" e "Jesus", além de novelas como "Éramos Seis" e "Todas as Flores", também conversou com a reportagem por meio de seu advogado, Caio Padilha.

De acordo com Padilha, haverá um pedido de correção no registro de ocorrência, para que haja uma substituição da tipificação da injúria. O advogado diz que o fato de a fala não ter sido dirigida especificamente ao ator, mas a toda uma comunidade, configura um crime de racismo.

Ele disse ainda que o ator também pretende abrir uma representação no Ministério Público do Rio de Janeiro para que se instaure um inquérito e, havendo condenação, o padre seja multado por dano moral coletivo a instituições ligadas ao público LGBTQIAP+.

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