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Entenda como Cristóvão Colombo confundiu peixe-boi com sereia em viagem

Explorador relatou o avistamento da criatura mitológica, mas desanimado por acreditar que eram homens e não mulheres

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São Paulo

Lá pelas tantas de seu diário de viagem, Cristóvão Colombo narra um causo curioso. Em 1493, um ano após aportar pela primeira vez na América, ele diz que avistou três sereias nadando no litoral do Haiti. Mas as criaturas foram descritas com decepção. Segundo o navegador, elas mais pareciam homens do que belas mulheres.

Nunca saberemos o que o conquistador italiano de fato viu, mas a lógica e a ciência dizem que não foram seres mitológicos. Muito provavelmente, era um grupo de peixes-boi-marinhos, primos de água salgada do peixe-boi-da-amazônia, tema do décimo volume da Coleção Folha Fauna Brasileira para Crianças.

Peixe-Boi dentro da água, com apenas a parte da frente do corpo para fora
Peixe-boi parte do projeto de conservação apoiado pela Fundação Toyota do Brasil, em parceria com o ICMBio e com o SOS Mata Atlântico, no litoral de Alagoas e Pernambuco, na APA Costa dos Corais - Wagner Benedetti Jr./APA Costa dos Corais

Ao olhar com atenção o livro, lançado neste domingo, dia 21, é possível entender a confusão de Colombo. O peixe-boi lembra uma pessoa. Não apenas por ser um mamífero, mas também por distribuir abraços com suas nadadeiras, ter pelos no focinho que parecem bigodes e estabelecer relação umbilical entre mães e filhotes, que não se desgrudam até as crias completarem dois anos de idade.

Mas por pouco nada disso ficou conhecido. Esse animal tímido, que tem três metros de comprimento e 500 quilos, ficou perto de se tornar uma lenda como as sereias. Desde o século 16, foi muito caçado, em especial pelo couro, a carne e a gordura. Para se ter ideia do risco, estima-se que cerca de 19 mil peixes-boi foram mortos entre 1938 e 1942 no Brasil. Mais tarde, em 1967, a caça da espécie foi proibida no país. Mas a prática ilegal e outras ameaças continuam.

"Desmatamentos e queimadas geram alterações na vegetação, nos rios e na disponibilidade de alimento e abrigo", afirma Cristina Tófoli, pesquisadora do IPÊ, o Instituto de Pesquisas Ecológicas, que colabora com o livro. "Já os metais pesados usados no garimpo causam cegueira, problemas respiratórios, renais e hepáticos, debilidade das funções cerebrais e até a morte."

O peixe-boi-da-amazônia é classificado como espécie vulnerável. Calcula-se que existam hoje de 8.000 a 30 mil indivíduos na natureza, mas é difícil saber. O gigante vegetariano, que pode comer 40 quilos de alimento por dia, é reservado e não gosta de atenção.

Com consultoria de Rodrigo Pires, os dez primeiros volumes da Coleção Folha Fauna Brasileira para Crianças apresentaram mamíferos como o peixe-boi-da-amazônia e a onça-pintada, aves como a arara-azul-de-lear e répteis como a sucuri-amarela, bem como biomas da Amazônia e o Pantanal. A série vai até outubro.


COMO COMPRAR

Site da coleção: https://faunabrasileira.folha.com.br/

Telefone: (11) 3224-3090 (Grande São Paulo) e 0800 775 8080 (outras localidades)

Frete grátis: SP, RJ, MG, ES e PR (na compra da coleção completa)

Nas bancas: R$ 22,90 o volume
Coleção completa: R$ 664,10
Lote avulso: R$ 132,82

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