Oficiais dos EUA confiscam três obras de Egon Schiele roubadas por nazistas

Trabalhos do expressionista austríaco eram procuradas pelos herdeiros de um colecionador judeu morto no Holocausto

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Nova York | AFP

As autoridades americanas confiscaram três obras de arte que estavam em poder de museus do país e eram procuradas pelos herdeiros de um colecionador de arte judeu morto no Holocausto, informaram oficiais nesta quinta-feira (14).

As ordens de apreensão emitidas pela Suprema Corte de Nova York, às quais a agência de notícias AFP teve acesso, apontam que "há motivos suficientes para acreditar" que os trabalhos do expressionista austríaco Egon Schiele são roubados, confirmando, assim, uma informação publicada no jornal The New York Times.

Tela de computador mostra as obras 'Prisioneiro de Guerra Russo', Retrato de um Homem' e 'Jovem de cabelo Preto', de Egon Schiele - Chris Delmas/AFP

As obras estavam no Art Institute of Chicago, nos Carnegie Museums of Art de Pittsburgh, e no Allen Memorial Art Museum de Ohio.

Tratam-se de "Prisioneiro de Guerra Russo", de 1916, uma aquarela e lápis sobre papel avaliada em US$ 1,25 milhão, cerca de R$ 6 milhões na cotação atual, de propriedade do Art Institute; "Retrato de um Homem", de 1917, um desenho a lápis sobre papel avaliado em US$ 1 milhão, aproximadamente R$ 5 milhões, que estava no Carnegie Museum of Art; e "Jovem de Cabelo Preto", de 1911, uma aquarela e lápis sobre papel estimada em US$ 1,5 milhão, R$ 7,3 milhões, em poder do museu em Ohio.

As ordens judiciais indicam que as obras podem permanecer 60 dias onde estão e posteriormente serão levadas a Nova York.

"Confiamos em nossa aquisição legal e na posse legítima desta obra", declarou o museu de Chicago, detalhando que a peça confiscada é objeto de uma ação cível em uma corte federal. Os museus Carnegie de Pittsburgh se comprometeram a cooperar plenamente com as investigações das autoridades.

As obras são requeridas pelos herdeiros vivos de Fritz Grunbaum, um renomado colecionador judeu e artista de cabaré falecido no campo de concentração de Dachau, na Alemanha, em 1941.

Segundo o jornal nova-iorquino, há uma investigação em curso sobre uma dúzia de obras de Egon Schiele supostamente roubadas pelos nazistas.

Os herdeiros de Grunbaum tentam há anos nos tribunais recuperar obras de sua propriedade. Os tribunais declararam em 2005 que eles esperaram demais para agir, mas em 2018 conseguiram uma sentença favorável e recuperaram duas peças.

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