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Produtores defendem contratação de Mel Gibson para a série de 'John Wick'

Ator, acusado no passado de antissemitismo e violência doméstica, faz 'O Continental' depois de redenção no Oscar

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São Paulo

Há dois anos, em outubro de 2021, a contratação de Mel Gibson para o elenco de "O Continental" dividiu opiniões nas redes sociais. O ator é uma figura controversa pelo histórico de declarações antissemitas e de acusações de violência doméstica.

Agora, com o programa —derivado da franquia "John Wick"— já tendo estreado no Amazon Prime Video, a produtora executiva Erica Lee defendeu a presença do artista no elenco. "Foi uma decisão fácil", diz ela, que explica que a escolha foi incentivada pela carreira de sucesso de Gibson.

O Continental
Mel Gibson em cena da série 'O Continental: Do Mundo de John Wick', exibida no Brasil pelo Amazon Prime Video - James Dimmock/Divulgação

"Era importante escalar um nome reconhecível para o papel de Cormac porque o resto do elenco é desconhecido pelo público", afirma a produtora. "Mel fez um trabalho incrível e se divertiu fazendo o personagem. Para a gente, foi uma escolha fácil."

Em "O Continental", Gibson vive Cormac, o gerente do hotel do título e o vilão da série. Ele começa a história à procura do irmão do protagonista Winston, que roubou uma prensa de moedas de seu estabelecimento.

Ainda segundo Lee, a minissérie queria alguém com bagagem de estrela. O perfil de atuação do ator também pesou na definição, ao alimentar o drama que o vilão vive na minissérie.

"O personagem do Cormac é um maluco. Seu reino está se desfazendo ao seu redor. Ele mastiga o cenário e está ruindo junto com ele."

Mel Gibson foi acusado de antissemitismo em 2006, depois de ser preso por dirigir alcoolizado. Na ocasião, o relatório policial informou que o ator disse que judeus seriam responsáveis por todas as guerras do mundo. Ele se desculpou publicamente pelo ocorrido em entrevista à revista Variety.

Gibson também foi acusado de violência doméstica em 2010 pela ex-namorada, Oksana Grigorieva. A pianista russa retirou o processo em 2011, pouco antes de acertar um acordo judicial sobre a custódia da filha do casal. Mas o caso marcou a reputação do ator, que chegou a ficar anos sem trabalho no cinema americano.

O artista foi redimido pela indústria em 2017, quando o filme "Até o Último Homem", dirigido por ele, foi indicado a seis categorias do Oscar. Além de vencer dois prêmios na noite —os de mixagem de som e montagem—, Gibson foi nomeado ao prêmio de melhor diretor da noite.

As declarações de Erica Lee acompanham a de outros membros da produção que saíram em defesa de Gibson. O ator foi o primeiro integrante do elenco anunciado pela minissérie, há dois anos.

Ao site IGN, o produtor executivo Basil Iwanyk disse que a equipe não hesitou em oferecer o papel ao artista. Já o diretor Albert Hughes afirmou que Gibson se encaixava no personagem e trouxe peso dramático ao programa.

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