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Série derivada de 'John Wick' busca provar que franquia existe sem Keanu Reeves

'O Continental', que mostra origem de personagens que comandam hotel de assassinos, repete lógica de ação dos filmes

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São Paulo

Keanu Reeves tem uma opinião forte sobre as cópias da franquia "John Wick", da qual é o protagonista. "Já me contaram de roteiros com a frase ‘e aqui vai a ação no estilo John Wick’, mas as pessoas não sabem o quanto se exige para chegar a isso", disse ele durante a visita que fez ao Brasil no ano passado.

Mas o que o ator não previu foi que a própria série lidaria com um desafio parecido, poucos meses depois do quarto filme. O Amazon Prime Video lança nesta sexta (22) a minissérie "O Continental", primeiro derivado da franquia. O programa é um grande teste: seria possível repetir a fórmula dos longas sem o assassino letal que dá nome a eles?

O Continental
Colin Woodell em cena da série 'O Continental: Do Mundo de John Wick', exibida no Brasil pelo Amazon Prime Video - James Dimmock/Divulgação

Para tanto, o seriado volta no tempo. A história se passa nos anos 1970 e acompanha a ascensão de Winston e Charon ao comando do hotel Continental, em Nova York. O local é tão importante para a franquia quanto os protagonistas, dois personagens secundários vividos nos filmes por Ian McShane e Lance Reddick —morto em março.

Na minissérie, de três episódios de uma hora e meia, ambos vivem outro momento de vida. Charon, vivido por Ayomide Adegun, é um mero assistente ao gerente do hotel, o temido e às vezes irracional Cormac, feito por Mel Gibson.

Já Winston, papel de Colin Woodell, começa a história na Europa, mas é convocado a localizar o seu irmão, Frankie. O familiar, há anos distante, é procurado por assaltar o cofre do Continental. A cena, um ataque brutal, abre a história e dá o tom do seriado ao público.

Essa premissa instigante levou anos para ser desenvolvida. Produtores executivos da minissérie, Basil Iwanyk e Erica Lee afirmam que trabalham no projeto desde o segundo "John Wick", de 2017.

A ideia original era contar uma história situada no presente, que acompanhava hotéis da rede pelo mundo. Mas dois fatores puseram tudo a perder: a liberdade criativa dos filmes principais, que tem roteiros escritos pouco antes das filmagens; e a ausência de Keanu Reeves, que faria o público se perguntar onde estava John Wick.

A volta ao passado, assim, virou uma saída elegante.

Além do ator, outra ausência importante na minissérie é a de Chad Stahelski, diretor de todos os filmes e um dublê veterano. O cineasta trabalhava na época nas extensas filmagens do quarto capítulo, que aconteciam em diferentes locais da Europa.

Em seu lugar, a produção escolheu Albert Hughes, cineasta famoso pelos filmes feitos com o irmão Allen, como "Do Inferno", de 2001, e "O Livro de Eli", de 2010. O diretor diz que viu o convite como uma chance de trabalhar em uma história conhecida por um ângulo inusitado.

"Eu acho que não ficaria interessado se a série fosse feita na mesma ambientação dos longas", afirma Hughes. "Como a trama acontece nos anos 1970, posso aproveitar elementos de filmes antigos pelos quais sou apaixonado, como ‘Taxi Driver’, ‘Operação França’ e ‘Os Embalos de Sábado à Noite’. É a chance de viver esse mundo com sabor diferente."

A minissérie também contratou Charlotte Brändström para fazer o segundo episódio. Segundo Iwanyk e Lee, a francesa entrou no radar depois de se destacar na direção de episódios de "The Witcher" e "O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder". Mas ela também foi contratada por razões técnicas, ajudando a agilizar o início da pós-produção.

Essa economia de tempo é o principal empecilho que separa a minissérie dos filmes, segundo Larnell Stovall. Ele trabalha como diretor de ação de "O Continental" pela 87eleven, produtora cofundada por Stahelski e responsável por todos os momentos de luta da franquia.

Stovall cita como exemplo a cena do assalto ao Continental na abertura da série. Se fosse um filme, ele diz, a sua equipe teria de quatro a cinco dias para filmar a sequência, que dura quase dez minutos; como é uma série, eles tiveram o tempo de uma diária.

"O problema é que o público não sabe disso ao assistir, mas espera o mesmo nível que viu nos filmes. Esse é o nosso desafio", diz ele.

Ao contrário de Keanu Reeves, Stovall diz que encara como um elogio que outras produções tentem copiar o estilo de ação de "John Wick". Ele diz que a franquia se difere de outras pela maior dedicação da equipe nas brigas, mas garante que tudo parte da história.

Nesse sentido, Stovall afirma, a fórmula de "ação no estilo John Wick" é simples.

"A fórmula para mim é filmar. É não fazer cortes demais, garantir planos abertos para que os atores sejam vistos, ser o mais criativo possível na coreografia e garantir que a cena seja única e interessante. Aí você repete."

O Continental: Do Mundo de John Wick

  • Onde Disponível no Amazon Prime Video
  • Classificação Não informada
  • Elenco Colin Woodell, Ayomide Adegun e Mel Gibson
  • Produção Estados Unidos, 2023
  • Direção Albert Hughes, Charlotte Brandström
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