Corpo de Danilo de Miranda, do Sesc, é velado em SP por amigos e admiradores

Velório no Sesc Pompeia foi aberto ao público às 10h desta segunda-feira, mas parentes chegaram antes para a cerimônia

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São Paulo

O corpo do sociólogo Danilo Santos de Miranda, morto neste domingo (29) aos 80 anos, está sendo velado no Sesc Pompeia, na capital paulista.

O velório foi aberto ao público às 10h, mas, por volta das 9h, parentes e amigos próximos chegavam ao local para acompanhar a cerimônia.

Velório do sociólogo Danilo Santos de Miranda no teatro do Sesc Pompeia - Zanone Fraissat/ Folhapress

Miranda estava internado desde o início do mês no hospital Albert Einstein, em São Paulo. A causa da morte ainda não foi informada pela equipe médica.

A cremação do corpo do sociólogo será às 17h, no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.

Filha do sociólogo, Camila Miranda diz que o legado de seu pai para a arte brasileira é enorme. "É a valorização de todos os tipos de arte. Papai valorizava artes que ninguém valorizava. É um legado de generosidade, de uma arte eclética para todos os gostos."

Além disso, ela diz que Miranda sempre entendeu a importância da diversidade na arte. "Ele valorizava esse tema antes de ser moda. Lá atrás, papai começou a trazer a causa indígena para o Sesc e a luta contra o racismo também está presente em todas as unidades", diz ela, acrescentando que Miranda era um pai maravilhoso.

"Foi uma presente ter tido ele como pai. Ele era generoso e atencioso com todas as questões que a gente levantava. Eu e minha irmã fomos muito livres para fazer o que a gente queria e sempre apoiadas por ele e pela mamãe."

Emocionados, amigos e parentes se abraçam em volta do caixão. Foi colocada uma bandeira do Fluminense, time para o qual o sociólogo torcia, sobre seu corpo. Coroas de flores em homenagem a ele chegam a todo instante e são posicionadas na entrada do teatro, onde o corpo está sendo velado.

No velório, a cantora Zélia Duncan afirmou que o trabalho de Miranda foi de extrema importância para a arte brasileira. "Os artistas sabem que ele significa um oásis imenso e foi a pessoa que estendeu a mão para a cultura brasileira. Só os livros de história darão conta do legado dele." A cantora diz ainda que o Sesc esteve presente em diversos momentos de sua carreira.

"Eu tive uma ligação pessoal com ele, de amor, carinho e amizade. Estou perdendo hoje um amigo e um incentivador não da minha carreira, mas do Brasil. O país deve muito ao Danilo", ela acrescentou.

Ivo Dall'Acqua Júnior, vice-presidente da FecomercioSP, diz que Miranda ensinou ao país a importância do respeito e da inclusão na cultura.

"Ele era um humanista. Um ser humano pleno. Uma pessoa que, por meio do respeito pelo outro, nos engrandeceu e nos fez feliz por ter o privilégio da sua convivência", disse o empresário. "Eu diria que a perda não é minha nem do Sesc. A perda é do Brasil."

Ao longo das quatro décadas em que dirigiu o braço paulista do Sesc, Miranda se tornou a figura mais longeva e relevante da cultura de São Paulo. Visto como uma mistura de mecenas com ministro da Cultura, era prestigiado e reverenciado como tal.

Ele foi o responsável por transformar a entidade ligada ao setor do comércio na maior potência cultural do país. Seu espírito empreendedor e sua visão humanista da cultura, aliados ao orçamento bilionário da instituição, fizeram dele o principal gestor cultural do Brasil. Ou, como brincavam amigos e colegas, "a entidade dentro da entidade".

Ainda no domingo, artistas usaram as redes sociais para se despedir do sociólogo. O apresentador Serginho Groisman foi uma das personalidades que prestaram homenagem. "Um dos maiores incentivadores da cultura fez do Sesc São Paulo, uma referência cultural. Um homem bom que já sinto falta. Descanse agora", escreveu ele no X, o antigo Twitter.

A cantora Daniela Mercury escreveu que o sociólogo era um gênio na gestão cultural. "Um homem apaixonado pelas artes, por São Paulo e pelo Brasil. Meu coração está apertado, uma tristeza por vê-lo partir e perder seus olhos, seus ouvidos, sua inteligência, seu amor pelo teatro, pela dança, pela música, pelo sonho, pela emoção que apenas a arte é capaz de trazer de volta para nós."

"Ainda em choque com a morte desse gigante gestor cultural que acompanhou minha carreira desde o primeiro álbum lançado. Danilo vai fazer muita falta, gente", lamentou a cantora Teresa Cristina.

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