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Osesp toca repertório diverso para fortalecer programação em 2024

Agenda coincide com criação de espaço mais amplo na Sala São Paulo e acomoda ainda uma turnê da orquestra pela Europa

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São Paulo

Anunciada na última quinta-feira (28) a temporada de concertos 2024 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp —a mais importante do país—, mantém-se forte e aposta mais na diversidade que na unidade.

Um ano após a saída de Arthur Nestrovski da direção artística —a função deixou de existir—, o regente titular Thierry Fischer acumula atualmente o cargo de diretor musical, contando com a presença ativa, em todas as frentes, do diretor executivo Marcelo Lopes.

A Osesp na Sala São Paulo com seu diretor musical e regente titular, Thierry Fischer, na abertura da temporada 2023
Thierry Fischer rege a Osesp na Sala São Paulo durante a abertura da temporada 2023 - Beatriz de Paula/Divulgação

A nova temporada de assinaturas teve uma redução total de 5 semanas, de 32 para 27. Mas haverá ao longo do ano diversos concertos previstos para venda fora das séries oferecidas aos assinantes. Ademais, a Osesp fará uma turnê europeia —entre os meses de agosto e setembro—, uma turnê brasileira e concertos na Ásia.

Alguns dos concertos mais interessantes e criativos do ano estão exatamente entre os extra-assinaturas, a começar pelo destaque dado à estreia de 7 novas obras encomendadas a 3 compositoras e 4 compositores para celebrar os 70 anos da orquestra.

Essa junção das encomendas —que comumente são dispersas ao longo do ano— faz do dia 23 de fevereiro uma data marcante para a renovação do repertório. Será a partir desta data que serão apresentadas novas obras do veterano suíço Heinz Holliger —que virá a São Paulo em outubro para reger o "Concerto para violino" de Alban Berg—, dos brasileiros Clarice Assad e Felipe Lara —nomes de ponta da composição brasileira no cenário internacional—, do americano Andrew Norman, do argentino Esteban Benzecry, e da sul-coreana Unsuk Chin, além da vencedora do novo concurso para compositoras latino-americanas, cuja final ocorrerá quatro dias antes.

Ainda estarão fora da série de assinaturas a apresentação da Osesp com o Grupo Corpo, em maio; o concerto comemorativo dos 25 anos da inauguração da Sala São Paulo, com a "Sinfonia Ressurreição" de Mahler, em julho; e o concerto dos 70 anos da Osesp, em 13 de setembro.

Thierry Fischer, que regerá a Osesp pela primeira vez em uma turnê internacional, levará para a Europa um programa que incluirá o "Concerto para Violino" de Ginastera, tendo como solista a renomada Hilary Hahn. Há ainda a "Quarta Sinfonia" de Brahms e obras de Strauss, Nepomuceno, Villa-Lobos, Ives e Varèse. Todos serão apresentadas na Sala São Paulo antes da viagem.

Presente em São Paulo durante 13 semanas, Fischer regerá, como de costume, a abertura da temporada em 7 de março, que terá a "Missa em Dó Maior", de Beethoven, e a "Sinfonia nº 1", de Brahms. Ele também trabalha no encerramento em 21 de dezembro, com obras de Guarnieri, Handel e o "Concerto para Flauta", do estoniano Erkki-Sven Tüür e solado por Emmanuel Pahud.

Brahms terá as suas quatro sinfonias, o "Concerto para Violino" e os dois concertos para piano interpretados em 2024, mas Schubert talvez seja o principal homenageado do ano. Além de obras de câmara, a "Missa nº 5" e a oitava e nona sinfonias com diferentes maestros, o aclamado pianista inglês Paul Lewis fará 12 de suas sonatas em quatro recitais espalhados pelos meses de março, abril e outubro.

O jovem pianista israelense Ton Borrow, de 23 anos, que esteve com a orquestra em 2022, será o artista em residência encarregado de tocar os três primeiros concertos de Beethoven —tendo já agendados os dois últimos para a temporada seguinte.

Duas obras seminais de Johann Sebastian Bach estarão na temporada: as "Variações Goldberg" serão tocadas pelo islandês Víkingur Ólafsson em 28 de abril, e a "Missa em Si Menor" terá condução do especialista argentino Leonardo Garcia Alarcón no mês de dezembro.

Um programa especial marca igualmente a celebração dos 30 anos do Coro da Osesp em setembro, com obras de Villa-Lobos, Stravinski e Bruckner dirigidas por Celso Antunes, que retorna à Sala São Paulo após um hiato.

Programas menos badalados poderão também trazer gratas surpresas, como o que será dirigido por Elim Chan, a atual diretora da Orquestra Sinfônica de Antuérpia, com "Speaking Drums", do húngaro Peter Eötvös, ao lado da "Sinfonia nº 10" de Shostakovich no mês de setembro.

Foi anunciado que a Sala São Paulo criará em seu complexo uma nova sala de música de câmara com 600 lugares. Se a excelência acústica for priorizada, ela poderá ser o espaço que falta para abarcar um viés fundamental da programação.

Não é pouco para um ano que prevê também a inauguração do novo Teatro Cultura Artística.

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