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'Avatar: Frontiers of Pandora' mostra que Ubisoft pode aprender com seus erros

Novo jogo baseado na franquia de James Cameron será lançado em 7 de dezembro para PC e consoles

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São Paulo

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O desenvolvimento de um jogo como "Avatar: Frontiers of Pandora" é repleto de pequenas armadilhas que podem comprometer seriamente o produto final. Publicadora do game, a Ubisoft sabe bem disso, até pelos erros cometidos no passado. Para sorte dos jogadores (e da própria empresa), ela parece ter aprendido a lição.

Testei o game por cerca de duas horas em um evento para a imprensa e fiquei bem impressionado. Com gráficos deslumbrantes, o título de ação e aventura em mundo aberto consegue reproduzir com fidelidade o universo criado pelo cineasta James Cameron para a franquia "Avatar" sem cair na primeira armadilha: ficar preso demais aos filmes.

Imagem do jogo 'Avatar: Frontiers of Pandora', da Ubisoft
Poster do jogo 'Avatar: Frontiers of Pandora', da Ubisoft - Divulgação

Uma nova história

O jogo se passa entre os acontecimentos do primeiro e do segundo filme, "Avatar: O Caminho da Água", mas sem ligação direta com os dois. Até onde foi possível ver no teste, personagens importantes do filme como o herói Jake Sully (interpretado no cinema por Sam Worthington) e a na’vi Neytiri (Zoë Saldaña) não têm um papel de destaque no título.

"É uma história totalmente nova que ajuda a dar vida para esse mundo, e acho que é isso que as pessoas querem. Se você se interessa por um mundo, quer ver mais dele por diferentes perspectivas. É isso que podemos oferecer", afirmou a diretora do jogo, Ditte Deenfeldt, em entrevista ao site Game Developer.

Talvez por isso a Ubisoft tenha conseguido escapar da segunda armadilha para jogos baseados em obras do cinema: forçar o lançamento do jogo junto com o do filme.

Anunciado em 2017, o game estava previsto para 2022, próximo da estreia de "Avatar: O Caminho da Água", em 15 de dezembro do ano passado. No entanto, cinco meses antes de o filme chegar aos cinemas, o CEO da Ubisoft, Yves Guillemot, anunciou em uma reunião de acionistas que o jogo seria adiado para 2023 ou 2024.

"Queremos fazer [‘Avatar’] uma marca da indústria de games", disse o executivo. "É importante para nós que apresentemos algo que seja perfeito."

Erros do passado

Não é a primeira vez que a Ubisoft tenta levar a franquia para os videogames. Em 2009, dias antes de o primeiro "Avatar" estrear nos cinemas, a publicadora lançou "Avatar: The Game" para PCs e consoles.

Aproveitando o sucesso do filme e utilizando de forma eficiente recursos das antigas TVs 3D —lembra delas?—, o jogo foi um relativo sucesso comercial. No entanto, não se tornou um título marcante.

Com uma história mal trabalhada e jogabilidade genérica, a impressão foi a de que o jogo era mais uma forma de extrair algum dinheiro extra dos fãs empolgados com o filme do que uma tentativa de expandir o universo da franquia para um novo meio.

Cara nova

O novo jogo, porém, tem muito mais personalidade, com uma jogabilidade que mistura ação, furtividade, sobrevivência e exploração. Há uma clara inspiração em jogos da série "Far Cry" (também da Ubisoft), mas com aspectos próprios do universo de "Avatar".

Conforme o jogador se aventura pelas florestas de Pandora, ele será capaz de reconhecer plantas e animais que podem ajudá-lo e aqueles que representam perigo.

Isso é potencializado pela opção dos desenvolvedores de usar uma interface minimalista. Nesse ponto, a mecânica do "senso na’vi" —um botão que o jogador precisa acionar para realçar objetivos e itens de interesse no cenário— é fundamental para balancear a experiência de forma que ela seja tão desafiadora quanto o jogador desejar.

Também merece destaque a mecânica de voo com a Ikran —espécie de pássaro gigante que pode ser montada pelos na’vi. Principal meio de transporte do jogador, esses animais também se tornam ótimas alternativas para atacar bases inimigas e possibilitam excelentes sequências de combate aéreo contra naves humanas.

Agora vai?

Durante o teste, não foi possível chegar a maiores conclusões sobre o tamanho do jogo, o desenvolvimento da história e o ritmo e a diversidade das missões, pontos críticos para um título de ação/exploração em mundo aberto. Ainda assim, "Avatar: Frontiers of Pandora" se mostra um forte candidato a ser um dos grandes jogos do ano, à altura das expectativas da Ubisoft para a franquia.


Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

The Talos Principle 2

(PC, PS 5 e Xbox X/S)

Continuação do jogo de quebra-cabeças "The Talos Principle", essa sequência perde um pouco dos ares de mistério que rodeavam o primeiro título. Ainda assim, com puzzles inteligentes e a mesma temática filosófica do game anterior, os fãs não têm do que reclamar. Se você se interessou, mas não jogou o primeiro título, recomendo terminar o original para não ter spoilers logo no início do novo game.

O jornalista recebeu uma cópia do jogo com acesso antecipado para teste.

Imagem do jogo 'The Talos Principle 2'
Imagem do jogo 'The Talos Principle 2' - Divulgação

Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • A Bungie, desenvolvedora da série "Destiny", demitiu na última semana cerca de cem funcionários, o equivalente a 8% de sua força de trabalho, afirmou a Bloomberg. Segundo a publicação, o CEO do estúdio, Pete Parsons, creditou as demissões a uma queda de 45% no faturamento de "Destiny 2", seu último jogo "live service".
  • A Microsoft anunciou que começará a bloquear o uso de controles não autorizados para consoles Xbox a partir de 12 de novembro. A medida foi criticada pela ONG Ablegamers, que promove o uso dos jogos como meio de inclusão social de pessoas com deficiência, já que muitos dos periféricos não autorizados são controles adaptados para esses jogadores.
  • O "Fortnite" registrou um recorde de jogadores diários após o lançamento de uma nova temporada que trouxe de volta o mapa do game de 2018, ano em que o jogo estourou e se tornou um dos mais populares no mundo. Segundo a conta oficial do jogo no X foram 44,7 milhões de jogadores e 102 milhões de horas jogadas no sábado (4), cerca de 2h20min por jogador.
  • Relatório realizado pelo Midia Research sobre o mercado de games estima que o mundo terá 3,8 bilhões de jogadores ativos em 2030, com receita anual de mais de US$ 300 bilhões (R$ 1,47 trilhão). O relatório, porém, aponta que o pico de crescimento observado na pandemia de Covid-19 não deve se repetir nesta década.
  • A PTW (Pole to Win), multinacional especializada na localização e terceirização de serviços para desenvolvimento de games, abrirá um escritório em São Paulo. O estúdio brasileiro —o 44º da empresa e o primeiro na América Latina— contará com cerca de cem funcionários e deve começar a funcionar oficialmente no início de 2024.
  • A Sega anunciou o lançamento de um novo jogo de plataforma 3D do Sonic. "Sonic Dream Team" será lançado em 5 de dezembro com exclusividade no Apple Arcade, serviço de assinatura de games da Apple.
  • O diretor de "Lies of P", Jiwon Choi, afirmou em um estranho vídeo para agradecer os jogadores pelo sucesso do game que a Neowiz Games está trabalhando em uma expansão e em uma sequência do "souls like" baseado na história de Pinocchio.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

8.nov

"Gunhead": preço não disponível (PC, PS 4/5)

9.nov

"Berzerk: Recharged": R$ 37,95 (Switch), preço não disponível (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

"Like A Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name": R$ 249 (PC, Xbox One/X/S), R$ 264,90 (PS 4/5)

10.nov

"Call of Duty: Modern Warfare III": R$ 299 (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

14.nov

"Hogwarts Legacy": R$ 299,90 (Switch)

"Invincible Presents: Atom Eve": preço não disponível (PC)

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