Com 'Nevermind', Nirvana atropelou pop e liderou última revolução do rock

Banda símbolo da cena grunge tem sua história contada no terceiro volume da Coleção Folha Rock Stars

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São Paulo

O Nirvana é o protagonista da última grande revolução do rock. Em 1991, Michael Jackson liderava pela terceira vez a lista dos discos mais vendidos nos Estados Unidos, com "Dangerous". Antes, "Thriller" e "Bad" tinham estado lá no alto. Mas esse foi o álbum do Rei do Pop que menos tempo ficou no topo das paradas.

Foi atropelado por "Nevermind", o segundo disco de um trio desconhecido vindo de uma emergente cena roqueira de Seattle.

Integrantes da banda Nirvana: o baixista Krist Novoselic (esq.), o baterista Dave Grohl (centro) e o vocalista Kurt Cobain - Divulgação

Não foi simplesmente vender mais do que Jacko. De um lado, estava a estrela maior da música, o rosto cada vez mais famoso no mundo e todo o interesse econômico da indústria do disco para sustentá-lo; do outro, três moleques que faziam um som barulhento com letras de angústia adolescente, não tinham figurino de palco e, na teoria, deveriam ter sua música restrita às rádios universitárias, o chamado "rock alternativo".

Tamanha façanha faz o Nirvana ter lugar obrigatório na Coleção Folha Rock Stars, e a banda é perfilada no volume número quatro da série, que vai às bancas neste domingo (26). O livro traz um QR Code que leva a uma playlist com músicas do Nirvana e de algumas bandas que foram importantes na trajetória do trio.

Porque é impossível falar de Nirvana com o foco apenas no que foi produzido por Kurt Cobain (voz e guitarra). Krist Novoselic (baixo) e Dave Grohl (bateria). Eles criaram um movimento. Nessa afirmação comercial de um rock fora dos padrões impostos pelas gravadoras, o grupo chamou atenção e liderou uma cena musical que ganhou o nome de "grunge".

O autor do texto do volume e coordenador da coleção, Helton Ribeiro, destaca a imprensa americana ter comemorado a escalada mundial do Nirvana como "o punk chegando ao topo". Mas o grunge era mais do que fúria punk. Contemplava também o peso do heavy metal e a abertura a estilos tocados nas rádios de universidades, ambiente que tinha oferecido espaço a nomes como, por exemplo, R.E.M e Hüsker Dü.

As bandas de Seattle, cena que fez brotar também Pearl Jam e Soundgarden, defendiam uma recusa à condição de estrelas do rock, contra uma geração da década anterior que tinha Guns N’Roses e Motley Crüe como expoentes. Essa atitude despojada se refletia nas roupas do dia a dia envergadas por seus integrantes. Com o frio e a umidade de Seattle, o visual grunge era bermuda com camisa de flanela. E, claro, cabelão.

O primeiro disco do Nirvana, "Bleach", de 1989, já traz toda a cartilha do som grunge, agressivo e direto, mas foi "Nevermind", em 1991, que virou o mercado fonográfico de cabeça para baixo. O sucesso do clipe de "Smells Like Teen Spirit" foi o mais retumbante na história da MTV, e vale lembrar que na época a emissora alcançava seu maior momento influenciador.

Até a morte de Cobain em abril de 1994, encontrado com um tiro na cabeça em sua casa, aos 27 anos, o grupo lançou apenas mais um disco, "In Utero", em 1993. Os três álbuns venderam cerca de 50 milhões de cópias no mundo. Lançamentos póstumos com gravações ao vivo garantiram pelo menos mais 10 milhões de unidades na lista de vendagem da banda.

O livro da coleção traça um perfil complexo de Cobain, que dividiu impressões diferentes entre aqueles que se aproximaram dele. Para alguns, doce e gentil. Para outros, irascível e de difícil trato. Seu relacionamento com Courtney Love, com quem teve uma filha, vale um grande registro, inclusive do boato que ela seria responsável por seu assassinato, num suicídio forjado.

Para os brasileiros, há um capítulo sobre a passagem do Nirvana pelo país, em 1993, com apresentações em São Paulo e no Rio, acompanhadas de noitadas lendárias em busca de cocaína. O show no Morumbi, na data paulista do Festival Hollywood Rock, é considerado o pior show que a banda fez, com Cobain entupido de drogas e tocando fora de rotação com os colegas.

O livro fala também um pouco do Foo Fighters, a banda liderada hoje pelo boa-praça Grohl. Mas o que fica mesmo no legado do Nirvana é um rock visceral, expressão de uma alma angustiada, que abalou as estruturas da indústria e conquistou corações.


COMO COMPRAR

Site da coleção: rockstars.folha.com.br

Telefone: (11) 3224-3090 (Grande São Paulo) e 0800 775 8080 (outras localidades)

Frete grátis: SP, RJ, MG e PR (na compra da coleção completa)

Nas bancas: R$ 25,90 cada volume

Caixa de colecionador com coleção completa: R$ 538,80 ou em até 12x de R$ 44,90

Coleção completa: R$ 514,80 ou 12x de R$ 42,90

Lote avulso com 5 livros: R$ 129,50 ou 12 vezes de R$ 10,79

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