Bienal de São Paulo aponta executiva Andrea Pinheiro como nova presidente

Vinda do mercado financeiro, ela substitui José Olympio e diz ter relação mais distante com arte em relação a seu antecessor

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São Paulo

A executiva Andrea Pinheiro será a nova presidente da Fundação Bienal de São Paulo. Ela assume a gestão da instituição responsável pela maior mostra de artes do país em 2 de janeiro de 2024, sucedendo o banqueiro e colecionador José Olympio Pereira.

Diferentemente de Olympio, a nova presidente não é colecionadora e afirma ter uma relação um pouco mais distante com a arte em relação a seu antecessor. "Eu adoro arte, vou nas exposições, nos museus, mas não sou uma investidora em arte", diz.

Andrea Pinheiro, nova presidente da Fundação Bienal de São Paulo
Andrea Pinheiro, nova presidente da Fundação Bienal de São Paulo - Fundação Bienal de São Paulo

Sua principal atribuição no começo do ano será escolher o curador da próxima Bienal de São Paulo, programada para 2025. Para isto, ela conta que vai formar um comitê de oito pessoas composto por conselheiros e diretores da instituição, estruturando um processo que antes era mais informal.

O colegiado —que ainda não teve os nomes divulgados— vai contatar possíveis candidatos e pedir projetos para a Bienal de 2025, que será a edição de número 36. O vencedor será anunciado em março.

Na Bienal de São Paulo de 2006, a curadora, Lisette Lagnado, também foi escolhida por uma comissão depois de um processo seletivo. Porém, naquela ocasião, além de pessoas ligadas à fundação houve também uma equipe externa que avaliou os projetos, algo que não deve ocorrer desta vez.

Pinheiro, de 57 anos, afirma ter sido eleita para o mais alto cargo da fundação devido à sua longa experiência em gestão e ao fato de ter sido diretora da Bienal durante cinco anos. A executiva entrou na instituição a convite de Olympio, para fazer captação de recursos, dada a sua experiência de mais de três décadas no mercado financeiro —ela ajudou a fundar um banco de investimentos, por exemplo.

Desde que começou a trabalhar para a Bienal, a quantidade de patrocinadores da fundação passou de dezoito, em dezembro de 2018, para 48, em dezembro de 2023, além de contar com mais treze apoiadores internacionais e dezesseis parceiros.

Segundo Pinheiro, o orçamento da Bienal é composto por 70% de verbas públicas e 30% de dinheiro privado. A fundação custa cerca de R$ 60 milhões a cada dois anos, e os fundos vêm tanto de leis de incentivo —sendo a Rouanet a principal— quanto de doações diretas, aluguel do prédio da Bienal para eventos, apoios internacionais e subvenção da Prefeitura de São Paulo.

Pinheiro também comenta a escolha de Glicéria Tupinambá para representar o Brasil na próxima Bienal de Veneza, que começa em abril de 2024 e, pela primeira vez, tem um latino no comando —Adriano Pedrosa, também diretor artístico do Masp, o Museu de Arte de São Paulo.

"O projeto da Glicéria encantou a todos com unanimidade", ela diz, quando questionada por que uma artista que tem somente uma obra conhecida —um manto de penas que agora circula em espaços expositivos pelo Brasil— foi a nomeada, em detrimento de artistas que têm um corpo de obra mais volumoso.

A escolha de Tupinambá foi feita em conjunto pela Fundação Bienal e pelo governo federal, como é de praxe para a representação do país na Bienal de Veneza, a maior vitrine da arte contemporânea mundial. A mostra no pavilhão do Brasil nos Giardinni terá obras de artistas indígenas indicados por Tupinambá.

O mandato da nova presidente é de dois anos, com a possibilidade de ser renovado para mais dois.

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