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Poeta Olavo Bilac arrebentou o carro em um dos primeiros acidentes automobilísticos

Parnasiano que integra a Coleção Folha dedicou livro ao amigo José do Patrocínio, com quem estava no momento fatídico

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Porto Alegre

O "príncipe dos poetas", o parnasiano Olavo Bilac (1865-1918) protagonizou um episódio que traduziu seu tempo. Quando carros ainda eram raros naquele Brasil que buscava a modernização, Bilac sofreu um dos primeiros acidentes automobilísticos do país.

homem de bigode grande preto e óculos sem haste retratado de perfil
O poeta parnasiano Olavo Bilac (1865-1918) - Reprodução

Era 1897, Bilac dirigia o Serpollet do amigo José do Patrocínio, abolicionista que exibia a novidade pelas ruas do Rio de Janeiro. Ele perdeu o controle quando dirigia a uma velocidade que devia estar em torno de três quilômetros por hora, conforme escreveu o cronista João do Rio no clássico texto "A era do automóvel".

Na crônica, ele diz que o carro de Patrocínio foi o primeiro da cidade carioca: "Gente de guarda-chuva debaixo do braço parava estarrecida como se tivesse visto um bicho de Marte". Apenas oito dias depois, registrou o cronista, o dono do automóvel e amigos, "acreditando voar", "rebentavam a máquina de encontro às árvores".

Passadas duas décadas do imprevisto, quando publicou o conjunto de poemas "Tarde", Bilac dedicou seus versos ao amigo com quem se acidentara. A dedicatória consta no volume escrito por Bilac da Coleção Folha Clássicos da Literatura Luso-Brasileira. A edição chega às bancas no domingo, dia 17.

Na obra, há poemas canônicos como "Língua Portuguesa", um soneto que exalta a língua falada no Brasil. "Amo-te, ó rude e doloroso idioma", escreveu o parnasiano sobre o idioma que chamou de "última flor do Lácio".

No poema "Pátria", o eu lírico demonstra devoção ao país mesmo após a morte. "Tu golpeada e insultada, –eu tremerei sepulto./ E os meus ossos no chão, como as tuas raízes,/ Se estorcerão de dor, sofrendo o golpe e o insulto!", escreveu no soneto.

O volume da Coleção Folha apresenta também os sonetos de "Via Láctea", onde, conforme diz a escritora Noemi Jaffe, o poeta deixa clara sua "filiação aos parnasianos". No texto da contracapa, Jaffe afirma sobre outro conjunto de poemas: "Crepuscular, nostálgico, patriótico, neoclássico e por vezes quase simbolista, 'Tarde' é coalhado de reflexões sobre a transitoriedade".


COMO COMPRAR

Site da coleção: lusobrasileira.folha.com.br

Telefone: (11) 3224-3090 (Grande São Paulo) e 0800 775 8080 (outras localidades)

Frete grátis: SP, RJ, MG e PR (na compra da coleção completa)

Nas bancas: R$ 25,90 o volume

Coleção completa: R$ 598,80 à vista ou em até 12x de R$ 49,90 sem juros (para assinantes Folha e UOL)

Demais leitores: R$ 718,80 à vista ou em até 12x de R$ 59,90 sem juros

Lote avulso: R$ 150,20

A Coleção Clássicos da Literatura Luso-Brasileira reunirá um total de 30 livros, intercalando obras de grandes escritores portugueses e brasileiros, em edições em capa dura

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