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Ricky Gervais critica petição parar tirar piada de seu novo stand-up na Netflix

Especial que estreia na segunda tem trecho em que o comediante chama crianças com doenças terminais de 'carecas'

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São Paulo

Um abaixo-assinado na plataforma Change.org acumula assinaturas de cerca de 12 mil pessoas que pedem a remoção de um trecho do novo especial do comediante Ricky Gervais, "Armageddon", segundo a revista Variety. Com lançamento previsto para esta segunda-feira (25) na Netflix, o stand-up contém piadas em que o humorista chama crianças com doenças terminais de "carecas".

No teaser divulgado por Gervais, ele afirmou à plateia após o trecho: "São apenas piadas, certo? Eu nem uso essa palavra na vida real, o termo ofensivo. Estou interpretando um papel". Em entrevista ao podcast "Headliners", da BBC Radio 5 Live, o comediante criticou o que chamou de "falsa indignação".

O comediante Ricky Gervais durante a cerimônia do 77º Globo de Ouro; ele é um homem branco, com cabelo, barba e bigode castanhos, vestindo terno preto; ele está em um púlpito e gesticula enquanto fala
O comediante Ricky Gervais durante a cerimônia do 77º Globo de Ouro - Paul Drinkwater - 6.jan.20/NBC Universal/via Reuters

"Posso me apresentar para um milhão de pessoas e não receberei uma reclamação. Assim que o show vai para a Netflix ou assim que alguém escreve que é ofensivo, as pessoas dizem: 'Ah, isso é ofensivo'. Não ouviram a piada, não estavam lá. Ignore-as. Não contam, não têm efeito sobre mim. São incomodadores."

A petição contra Gervais e a Netflix é organizada por Anna Villa, que se descreve como mãe de uma criança que "lutou contra o câncer". "A recente esquete de Ricky Gervais na Netflix, onde ele se refere a crianças gravemente doentes como 'carecas', não é apenas desrespeitosa, mas também profundamente dolorosa", escreveu Villa no texto do abaixo-assinado.

"Nossas crianças não são uma piada, suas vidas não são uma brincadeira. Acreditamos que comédia nunca deve ser feita às custas da dor ou do sofrimento de outra pessoa, especialmente quando envolve crianças inocentes lutando contra doenças graves."

Gervais falou à BBC sobre os críticos de seu novo stand-up. "Eles têm o direito de odiar. Eles têm o direito de não ir ao show, mas isso não vai me impedir de fazer o que amo, e não vou parar em detrimento de todas as outras pessoas que amam. Ninguém é obrigado a assistir."

"Algumas pessoas acham que uma piada é uma janela para a verdadeira alma do comediante. Isso simplesmente não é verdade", acrescentou.

O comediante também se manifestou sobre "Armageddon" em seu perfil no X (ex-Twitter). "Neste show, falo sobre sexo, morte, pedofilia, raça, religião, deficiência, liberdade de expressão, aquecimento global, Holocausto e Elton John. Se você não aprova piadas sobre qualquer um desses assuntos, por favor, não assista. Você não vai gostar e vai ficar chateado."

O especial anterior de Gervais na Netflix, "Supernature", também recebeu críticas por piadas sobre pessoas trans. Grupos de defesa da comunidade LGBTQIA+ classificaram a comédia como "perigosa" e disseram que o conteúdo consiste em "discursos anti-trans disfarçados de piadas".

O co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, defendeu Gervais e Dave Chappelle —que também fez piadas consideradas transfóbicas no show "The Closer", de 2021— dizendo que comediantes "ultrapassam a linha de vez em quando".

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