Descrição de chapéu Folhajus

Justiça decreta prisão de ex-marido de galerista de arte americano morto no Rio

Daniel Sikkema, apontado por assassino de Brent Sikkema de ser o mandante, está no exterior e será procurado pela Interpol

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Rio de Janeiro

A juíza Tula Correa de Mello, titular da terceira Vara Criminal do Rio de Janeiro, decretou as prisões preventivas dos cubanos Daniel Sikkema e Alejandro Triana Prevez por homicídio, informou a assessoria do Tribunal de Justiça neste sábado.

A juíza determinou, ainda, que o mandado de prisão de Daniel seja encaminhado à Difusão Vermelha da Interpol, por intermédio da Polícia Federal, já que o acusado se encontra no exterior. Daniel não foi encontrado pela reportagem, que tentou contato telefônico. A defesa de Prevez, que está preso no Rio, afirma que seu cliente cometeu o crime. Agora, sua prisão passou de temporária para preventiva.

Brent Sikkema, de 75 anos, era sócio proprietário da galeria Sikkema Jenkins & Co, no Chelsea - ArtBO/Divulgação
Brent Sikkema, de 75 anos, era sócio proprietário da galeria Sikkema Jenkins & Co, em Nova York - Divulgação

Daniel é ex-marido do galerista americano Brent Sikkema, morto com 18 facadas, na zona sul do Rio de Janeiro, em sua casa, no dia 14 de janeiro. Prevez foi preso quatro dias depois e, num segundo depoimento, confessou a autoria do crime. Ele está detido num presídio da zona oeste do Rio de Janeiro.

Em depoimento com a presença dos advogados, no presídio, Prevez disse que Daniel foi o mandante do assassinato.

Na denúncia da promotoria, consta que Daniel contratou Prevez para matar Brent com a promessa de pagamento de US$ 200 mil, cerca de R$ 1 milhão. Assim, seguindo o plano, Prevez veio para o Brasil, seguindo as coordenadas oferecidas por Daniel e sendo auxiliado financeiramente por ele.

Na madrugada do dia 14 de janeiro, Prevez, usando chaves enviadas por Daniel, por uma empresa de logística de Nova York, entrou na casa, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio de Janeiro, e desferiu 18 golpes contra a vítima.

No relato feito à polícia, cujas informações constam em processo judicial, o cubano afirma que Daniel teria dito que o galerista pagava valores baixos de pensão, gastava dinheiro com drogas, festas e garotos de programa. Além disso, tinha receio de que um novo relacionamento de Brent pudesse prejudicar a repartição dos bens. Daniel e Brent tinham brigas após o divórcio e o galerista teria confidenciado a amigos que estava novamente apaixonado.

Brent Sikkema era coproprietário da galeria Sikkema Jenkins & Co, no bairro nova-iorquino do Chelsea, dono de uma fortuna, e um dos nomes mais celebrados da cena artística mundial. Ele era marchand do artista Jeffrey Gibson, que representa os Estados Unidos na próxima Bienal de Veneza, em abril.

COMO FOI O CRIME, SEGUNDO A POLÍCIA

Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, é cubano e foi preso por suspeita do assassinato de Brent Sikkema, a facadas, na madrugada de 14 de janeiro, no Rio de Janeiro. A polícia afirma que ele saiu de São Paulo no dia anterior para cometer o crime e retornou ao estado logo depois.

Imagens do pedágio da rodovia Presidente Dutra auxiliaram a polícia a chegar ao paradeiro do suspeito.
O veículo utilizado no crime, um Fiat Palio, de cor prata, ficou estacionado em frente ao sobrado que o americano usava para passar férias no Rio de Janeiro.

As imagens da Dutra mostram o cubano passando pelo pedágio, na altura de Paracambi, às 13h20 de sábado, dia 13 de janeiro, vindo de São Paulo, com direção ao local do crime. Ele estacionou na rua da vítima às 16h53 do mesmo dia.

Às 22h42, o suspeito desceu do carro e seguiu em direção a um restaurante, retornando logo em seguida. O americano chegou a sair de casa à noite e ficou cerca de uma hora e meia fora da residência, retornado sozinho. Nesse período, Prevez permaneceu no carro.

Imagens de câmera do dia do crime
Imagens de câmera de segurança no dia do crime - Inquérito Polícia Civil

O suspeito saiu do carro novamente às 3h42 da madrugada de domingo, ficando, então, dentro do veículo estacionado por cerca de 11 horas até entrar na casa da vítima.

A investigação afirmava que ele utilizou para entrar na residência uma chave micha, instrumento capaz de abrir fechaduras. Após ficar cerca de dez minutos no local, ele saiu da residência, entrou no carro e retornou para São Paulo.

Com o rastreamento da placa, a polícia localizou o endereço da proprietária do veículo e solicitou a cooperação da Polícia Civil de São Paulo.

Os policiais civis de São Paulo foram até a residência da proprietária, na Chácara Monte Alegre, na capital paulista. Lá, encontraram o filho da dona do veículo que informou aos agentes que o carro estava sendo utilizado por Prevez.

O filho da proprietária afirmou que a mãe de Prevez era amiga de sua mãe e, por isso, ela emprestou o carro após ele dizer que precisava fazer entregas. O suspeito foi preso em Minas Gerais e pretendia, segundo a polícia, fugir para a Bolívia.

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