Relembre a trajetória de Glória Maria, ícone da TV que morreu há um ano

Apresentadora foi a primeira jornalista a entrar ao vivo no Jornal Nacional, entrevistou Madonna e cobriu a Guerra das Malvinas

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São Paulo

Hoje se completa um ano desde a morte de Glória Maria, apresentadora que se tornou uma das grandes referências da televisão brasileira e do jornalismo nacional nos seus 50 anos de carreira.

Glória Maria Matta da Silva nasceu em Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro. Era filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta.

Glória Maria
A apresentadora e jornalista Glória Maria - Divulgação/TV Globo

Ela se formou em jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e entrou na TV Globo como estagiária de rádio-escuta, alguém que ficava garimpando informações dadas por outras emissoras de rádio e TV. Fez sua primeira reportagem em 1971, sobre a queda do viaduto Paulo Frontim, no Rio de Janeiro. Nas próximas cinco décadas, continuou na emissora, da qual se tornou um de seus principais rostos.

Entre as conquistas que Glória colecionou, ela foi a primeira pessoa negra diante das câmeras no telejornalismo brasileiro, a primeira mulher a cobrir uma guerra —a das Malvinas, em 1982— e a primeira jornalista a entrar ao vivo no Jornal Nacional em cores, em 1977.

No mesmo ano, Glória cobriu a posse do presidente Jimmy Carter em Washington. Reportou ainda a invasão da embaixada no Peru por um grupo de terroristas, os Jogos Olímpicos de Atlanta e a Copa do Mundo na França em 1998.

Entrevistou celebridades como Michael Jackson, Mick Jagger, Madonna, Elton John, Freddie Mercury, Julio Iglesias, Roberto Carlos, Leonado DiCaprio, Harrison Ford e Nicole Kidman, além de ter viajado com Paulo Coelho pela ferrovia transiberiana até Moscou.

Em entrevista à revista Forbes, em 2020, Glória contou dominar dois idiomas, o inglês e o francês, além de "arranhar" o espanhol e o italiano. A apresentadora viajou por mais de 160 países e teve 15 passaportes carimbados.

Glória Maria vem recebendo uma série de homenagens que mantêm a apresentadora viva nos espaços culturais. Já na semana de sua morte, foi celebrada no Fantástico por antigos colegas. Alguns dias depois, o jornal americano The New York Times publicou um texto reconhecendo a jornalista.

"Considerada a primeira telejornalista negra do Brasil, derrubou barreiras para as mulheres negras na televisão em uma época em que as cadeiras de âncora do país eram ocupadas principalmente por homens brancos", diz um trecho da publicação.

Em março do ano passado, a rua que até então se chamava Jamelão, no bairro Geribá, em Búzios, passou a se chamar rua Jornalista Glória Maria. A apresentadora tinha um imóvel por lá.

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro chegou a aprovar um projeto que rebatizaria o Museu do Amanhã, na Praça Mauá, na zona portuária do Rio, para Museu Jornalista Glória Maria. A alteração, no entanto, foi vetada pelo prefeito Eduardo Paes, do PSD, por considerar que a alteração do nome de bens públicos compete ao poder executivo.

Junto a Fernando Morais e Sônia Bridi, Glória foi homenageada na 45ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, no final do ano passado. Pouco tempo depois, recebeu homenagens na 11ª edição da Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra, a FlinkSampa, e na 21ª edição do Troféu Raça Negra.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior do texto afirmava incorretamente que Glória Maria teve cinco anos de carreira, foram 50. E Eduardo Paes é filiado ao PSD, não ao PL.

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