Mohammad Rasoulof, condenado por filmes, foge do Irã e diz que vai a Cannes

Diretor do drama 'Não Há Mal Algum' foi sentenciado a cumprir oito anos de cadeia em seu país após gravar seu último longa

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São Paulo

O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, recentemente condenado em seu país por suas obras, diz ter fugido do Irã. O artista de 51 anos, conhecido pelo drama "Não Há Mal Algum", de 2020, foi sentenciado a cumprir oito anos de prisão por supostamente ter agido contra a segurança nacional ao filmar seu último filme em segredo.

O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof - AFP

Em uma publicação no Instagram, Rasoulof disse que havia deixado o Irã geográfico para fazer parte do Irã cultural, que extrapola as fronteiras do país que sofre com a intolerância religiosa. "Agradeço a amigos, parentes e outras pessoas que me ajudaram a cruzar a fronteira e chegar a um lugar seguro nesta jornada difícil com gentileza, altruísmo e se arriscando", escreveu.

À agência francesa AFP o advogado do escritor, Babak Paknia, confirmou que ele deixou seu país e vai comparecer ao Festival de Cannes, que começa nesta terça, na França. Seu filme "The Seed of the Sacred Fig", ou a semente do figo sagrado, será lançado no evento.

No ano passado, Rasoulof, foi proibido pelo governo de seu país de deixar o território para integrar o júri da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes deste ano. Ele já havia sido impedido em 2020 de buscar seu Urso de Ouro, do Festival de Berlim, que ganhou por "Não Há Mal Algum".

Em julho de 2022, o cineasta foi encarcerado por fazer críticas ao governo iraniano, do qual ele é dissidente. Ele foi solto em fevereiro do ano passado. Nenhum trabalho dele foi exibido comercialmente no Irã, que proibiu todos os filmes do diretor.

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