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Peça de 'Harry Potter' segue mágica mesmo reduzida, mas é confusa

Nova montagem de 'Cursed Child', em cartaz na Broadway, em Nova York, tem quase metade da duração de sua versão original

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Harry Potter and the Cursed Child

  • Quando Em cartaz
  • Onde Lyric Theatre - 214 West 43rd St., Nova York
  • Preço A partir de US$ 90
  • Classificação 8 anos
  • Autoria J. K. Rowling, Jack Thorne e John Tiffany
  • Elenco Steve Haggard, Joel Meyers, Erik C. Peterson
  • Direção John Tiffany

Os bons e velhos truques de mágica podem ser mais impressionantes do que qualquer coisa que um computador é capaz de fazer. Essa premissa é levada à máxima potência na peça "Harry Potter and the Cursed Child", que recebeu uma nova montagem na Broadway, com quase metade de sua duração original.

O cerne da história segue o mesmo. Quase duas décadas após a derrota do vilão Voldemort, Alvo Severo Potter e Escórpio Malfoy, filho dos antagonistas Harry Potter e Draco Malfoy, fazem uma viagem no tempo para evitar uma das mortes que Potter causou indiretamente em sua jornada para salvar o mundo bruxo.

Os atores Judith Lightfoot Clarke, Brady Dalton Richards and James Romney em cena da peça 'Harry Potter and the Cursed Child', no Lyric Theater, em Nova York
Os atores Judith Lightfoot Clarke, Brady Dalton Richards and James Romney em cena da peça 'Harry Potter and the Cursed Child', no Lyric Theater, em Nova York - Sara Krulwich/Divulgação

A dupla cria rupturas temporais que provocam desde a ressurreição de Voldemort até a inexistência um do outro —nada muito além das histórias de volta ao tempo que marcam a "Sessão da Tarde".

O que é novidade, mesmo para a Broadway e o West End, em Londres —onde "Cursed Child" estreou há oito anos e segue em cartaz em sua versão integral—, são os efeitos visuais. São eles, somados a outros aspectos técnicos, que cativaram os jurados a fazerem desta a obra recordista dos prêmios Tony, a maior honraria do do teatro americano.

E os efeitos seguem tão impactantes quanto antes. Até os adultos se questionam como um ator é sugado por um orelhão ou como um personagem se transforma em outro na frente da plateia. O público fica boquiaberto quando Alvo e Escórpio voltam no tempo e um jogo de luzes complexo, com um som retumbante, faz com que todos sintam e vejam uma série de abalos, como se tudo fosse ruir. Isso já pode fazer valer o ingresso para um entusiasta de teatro ou fã de "Harry Poter".

A maioria dos cortes —como algumas aulas no castelo de Hogwarts ou personagens como Hagrid— deixam o roteiro mais fluido. Com a boa coreografia, trilha sonora e o figurino esvoaçante, que tornam as transições de cenas impossivelmente fluidas, as mudanças são quase todas imperceptíveis mesmo para quem, como este repórter, já assistiu à versão integral em Londres.

Mas os poucos cortes malfeitos causam prejuízo substancial, inclusive no desfecho, que parece fácil demais com a aparição repentina de um "vira-tempo", como é chamado o objeto mágico usado para viajar no tempo.

A relação dos personagens, um dos pontos altos da escrita de J. K. Rowling, a autora de "Harry Potter", também sofre. Se por um lado é melhor que Alvo e Escórpio não vivam um grande romance que acaba em paixonites heterossexuais esdrúxulas, por outro o conflito entre o protagonista e seu pai, o motor da trama toda, soa mais fraco nesta versão.

Há ainda personagens que surgem de repente, como Dolores Umbridge, uma das bruxas do mal, num ápice dramático, causando só confusão para um espectador que não é versado nos livros ou filmes de "Harry Potter".

A ver se os diretores vão aparar essas arestas nas próximas montagens. Afinal, a versão reduzida, também em cartaz na Alemanha e no Japão, vai viajar os Estados Unidos em uma turnê a partir de setembro, com passagens em Chicago, Los Angeles e Washington já anunciadas. Há produtores interessados em uma montagem no Brasil, mas as negociações estão em estágio inicial.

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