Banho rápido, captar água de chuva, consumir menos descartáveis e atuar na comunidade. Todas essas atitudes podem ajudar a proteger o bem mais valioso do planeta.

Na próxima quinta, 22, se comemora o Dia Mundial da Água. Instituído pela ONU há 25 anos, o dia marca lançamento de uma campanha.

Este ano, o tema é “A resposta está na natureza”, numa abordagem que defende estratégias de preservação e restauração de vegetação, solo, biomas, mangues, rios e lagos a fim de proteger o completo ciclo da água e assim melhorar a qualidade de vida da população.

Aproveitando a data, segue um roteiro de como fazer a sua parte na vida pessoal, em casa e na comunidade.

NA BOLSA 

* Uma garrafa de plástico durável ou alumínio é boa aliada. Verá a quantidade de dinheiro e de garrafas plásticas que economizará em pouco tempo.

* Ter a sua caneca ou seu copo em casa e no trabalho evita o uso de copos plásticos.

* Refrigerante ou água de coco na rua? Que tal ter na bolsa um canudinho de alumínio? Se não for possível, é recomendável que você leve o canudinho de plástico usado para casa e descarte com os recicláveis. Dificilmente o vendedor na rua fará essa separação;

* Para evitar as sacolas plásticas, use sacolinha de pano para as compras.

EM CASA

* Saber quanto você e a sua família consomem e o que isso significa de dinheiro mensalmente é fundamental para praticar o consumo consciente de água;

* Metade do consumo total de água doméstico vem do chuveiro. "Se um item apenas é responsável por 50% do gasto, é claro que você deve começar por ele. Regulando o tempo de banho, o resultado vem na conta", diz o engenheiro Luiz Henrique Ferreira, da consultoria Inovatech.

* Ensaboar toda a louça e depois lavar tudo pode economizar bastante. Experimente.

* Baldes, cisternas artesanais ou cisternas industrializadas são fundamentais para quem tem plantas e quintal. Captar água de chuva para regar as plantas mantém o ciclo da água na sua casa;

* Para aproveitar o lixo doméstico, que é bastante úmido, você pode começar a fazer compostagem. Há modelos prontos no mercado, com ou sem o uso de minhocas, e também instruções de como fazer sua composteira você mesmo na internet. Tudo começa com a correta separação de recicláveis antes e a colocação de um lixinho na pia para colocar cascas de frutas e legumes não cozidos.

* Não jogue químicos e remédios na privada e nem óleo na pia da cozinha. Para todos esses produtos, há postos de coleta em PEVs ou farmácias.

* Mantenha solo livre para captar a chuva. Se você tem área descoberta em casa, não coloque piso em tudo. Deixe a terra respirar e absorver a água de chuva. Isso realimenta os lençóis subterrâneos;

* Não aplique pesticidas no jardim de casa. Procure alternativas menos agressivas. Todo líquido que contamina a terra vai acabar dando na água;

* Plante. Temperos, chás e ervas podem ser um bom começo para colocar a mão na maça. As hortas contribuem para fixar água no solo;

NA SOCIEDADE

* Proponha. Instalação de cisternas, compostagem de orgânicos, hortas e captação de água de chuva são ideias que podem ser viabilizadas em condomínios;

* Informe-se. Desde a semana passada, Brasília discute água em dois grandes fóruns em seminários, plenárias e debates, com representantes de 170 países. Até o dia 23, acontece a 8ª edição do Fórum Mundial da Água (FMA), reunindo chefes de Estado, representantes de governos e agências regulatórias, empresas e instituições. Organizado pelo Conselho Mundial da Água, se apresenta como plataforma aberta de debate para influenciar processos decisórios na área de recursos hídricos. Questionando o enfoque do FMA, está sendo realizado até dia 22 o Fórum Alternativo Mundial da Água, FAMA, com movimentos sociais de quilombolas, populações atingidas por barragens, sindicatos e ONGs. O FAMA quer denunciar o que considera um movimento global de privatização da água.

* Fique ligado. Atualizar a classificação dos rios e extinguir a classe 4, que na prática permite que sejam dispersados materiais poluentes nos cursos dágua, é uma pauta fundamental para a defesa dos rios brasileiros, segundo a especialista em água Malu Ribeiro, da ONG SOS Mata Atlântica, que monitora a qualidade dos rios e córregos do bioma brasileiro.